terça-feira, 24 de novembro de 2015

Post aleatório da semana: Falha na Matrix ou loucura?

Gosto da trilogia Matrix. É interessante pensar em algo daquele tipo, que não estamos aqui, que estamos em outro lugar que tudo isso é irreal e que estamos apenas projetando nossas mentes. Claro que tudo não passa de ficção - e hipóteses -, seria bom demais poder fazer o download de alguma habilidade que precisamos naquele momento ou encontrar uma saída onde não há. 

Mesmo sendo tudo isso ficção, às vezes bate uma dúvida: será que estamos mesmo aqui ou será tudo isso é verdade? É comum falarmos sozinhos, mas falar com outras pessoas que não existem (ou que outras pessoas não enxergam essas pessoas) pode ser curioso, estranho, bizarro, doença ou apenas uma experiência religiosa. Depende muito do ponto de vista. Dá vontade de perguntar se isso ou aquilo é verdade, se essa ou aquela pessoa realmente existe, se ele ou ela disse mesmo aquilo. O problema é daí sim poderíamos nos tornar insanos. Nos apegar a esses detalhes poderia comprometer, e muito, nossa sanidade. É impossível saber se alguém diz a verdade, ou se simplesmente não está querendo te usar. Saber se alguém está sendo falso ou não com você, ou se todos os elogios são sinceros. 

Tanta tecnologia ao nosso dispor e não podemos ter certezas dessas coisas. É um tanto estranho. Pensar se estamos mesmo em uma Matrix ou não pode dar curto em nossos neurônios. É bem melhor ignorar tudo e esperar os resultados. Se for para se dar mal, que dê. Se for para se dar bem, que dê também. 

Quantas pessoas já não passou pela sua vida? Algumas você agradece de nunca mais ver, outras você não entende o motivo de ter saído. Mas, se você tivesse como saber tudo isso antes será que correria os mesmos riscos? Se estivéssemos mesmo em uma Matrix seria tudo tão mais fácil de entender. Ou pelo menos faríamos da nossa maneira. Mas o segredo dela é não saber que estamos nela. Apenas alguns poderiam saber sobre isso. O resto dos meros mortais continuariam como sempre. Mortais.

Complicado saber se é pior sair perguntando se isso ou aquilo é real, se essa ou aquela pessoa está realmente ali ou simplesmente ignorar e caso não haja ninguém ali ser considerado estranho ou até mesmo doente. Qualquer coisa eu pergunto pra esse camarada que sempre está conversando comigo. 


Vocês o veem, não é?

sábado, 14 de novembro de 2015

Quando um terrorismo é mais importante que outro.

Não sei se há uma regra específica ou algum acordo plurilateral da sociedade brasileira onde diz, em letras garrafais, que as tragédias estrangeiras são maiores que as nossas, e que devemos (obrigatoriamente) sentirmos culpados e nos solidarizar com essa situação. 

Estava eu com minha esposa e um casal de amigos em um bar, quando em um daqueles momentos que você vai verificar alguma notificação no celular eu vi posts sobre o ataque terrorista na França. Já estava próximo às 22h, quase começando o (grande) jogo entre Brasil X Argentina e estávamos nos preparando para ir embora. Eu li rápido algumas matérias onde dizia que eram mais de cem mortos e mais dezenas de feridos. Que haviam invadido uma casa de show lotada e etc. Ao chegar em casa fui ler com mais atenção e coloquei em um canal de notícias para saber mais. 

Comecei a ler os comentários, toda a cobertura do canal de notícias, os grandes sites noticiando minuto a minuto, coisas que vocês sabem bem como é. Na manhã seguinte a minha timeline estava repleta de notícias do atentado. Várias mensagens de solidariedade. Pessoas incrédulas com todo acontecimento. E mais mensagens de solidariedade. Li também que nossa Presidente se manifestou solidária à França, diante dos acontecimentos. 

Ok, eu entendo. Isso tudo é normal em caso de tragédias. Mas, a pouco de mais de uma semana tivemos uma tragédia aqui mesmo no Brasil, do nosso lado, em Minas Gerais. Uma cidade praticamente foi varrida do mapa, centenas de pessoas perderam absolutamente tudo. Claro que as mortes não são nem equiparadas, se não me engano em Minas foram encontrados quatro ou cinco corpos mas ainda há mais de vinte pessoas desaparecidas. Um rio inteiro foi praticamente extinto por conta de toda a lama que veio do rompimento das barragens. Outras várias cidades, que são abastecidas pelo Rio Doce, estão em situação de calamidade pois não há água para nada. Todo fornecimento foi interrompido e os hospitais, creches, asilos, e presídios recebem água em caráter emergencial. A situação é incrivelmente complicada. Várias pessoas pedindo ajuda, pedindo água. Algo que muitos jogam fora pelo raro, e que agora essas pessoas precisam com urgência. A situação é desesperadora. 

E com todo esse quadro, eu vi poucas manifestações de solidariedade com essas vítimas. Poucas pessoas falaram do assunto ou sentiram-se culpadas, tristes ou solidárias. O próprio Governo Federal demorou SETE dias para visitar a área devastadas, e quando foi, noticiou uma multa de 250 Milhões de reais para a empresa responsável. Apenas isso. Não vi um só perfil das redes sociais sendo trocado pela bandeira de Minas Gerais, como fizeram com a bandeira da França. Será mesmo que as nossas tragédias são tão normais assim? As tragédias que ocorrem no exterior são mais importantes que as que acontecem aos nossos olhos? Não. Toda tragédia tem sua importância. É impossível mensurar a dor das pessoas que perderam tudo em Mariana/MG ou da família das pessoas que foram mortas nos atentados na França. Isso não tem como ser feito. Mas o que parece é que o povo brasileiro não está nem se lixando para o que acontece do nosso lado. Não dá para entender o que eles esperam que possa acontecer. Somos mais preocupados com o que acontece lá fora do que acontece aqui mesmo em nossa própria casa. 

Eu ouvi uma mensagem em áudio e uma pessoa de Minas Gerais (acredito que seja real essa mensagem) onde ela diz como está a situação lá, o que está acontecendo e o que está sendo feito. Como não há água, caminhões pipas, carros que fornecem água estão sendo escoltados pois já houve relatos de roubo desses veículos. Isso também não é um tipo de terrorismo? Outro ponto que ela cita, é que devemos orar por uma intervenção divina e que só isso pode resolver o problema. Nesse ponto exato eu não me contive e acabei mandando um "NÃO!" bem sonoro, como se eu estivesse conversando com a pessoa. Isso não adianta nada. Absolutamente nada. Pode orar quanto quiser, pode pedir para quem quiser, isso não vai mudar nada. Esse é outro grande mal do nosso povo que vejo por ai, e não é a primeira vez, nem a segunda, nem terceira e muito menos a ducentésima vez. Nosso povo tem mania de esperar uma intervenção divina. Espera que algo venha do céu e resolva os problemas. As pessoas que perderam tudo, na tragédia de Teresópolis anos atrás recebam alguma ajuda divina? As pessoas que perdem tudo em diversas tragédias em nosso país receberam alguma ajuda divina? Não. Nada. Mas o povo mantém essa mania de pedir aos céus para que tudo se resolva. Não é para os céus que devemos pedir algo. São para os parlamentares que colocamos no poder e que só pensam em se dar bem, em colocar dinheiro em cuecas, malas ou em contas na Suíça. Fazem esquemas com grandes empresas. Fecham os olhos para o que está errado, sempre na base de um "cascalho". Nosso podre Governo Federal (que só existe para Inglês ver) não faz nada. Demorou UMA SEMANA  para visitar a área atingida em Minas Gerais. E qual a punição? Duzentos e cinquenta milhões de reais em multas. Isso é dinheiro de pinga para eles. Se nós tivéssemos um governo sério. Um governo realmente preocupado em nosso país e não preocupado apenas em fazer negociatas no Congresso, dar ministério para um e para outro, ficar brigando para ver quem é deposto primeiro, com parlamentares que se preocupam com os reais problemas e não apenas se família é homem, mulher e filhos, não teríamos tantas tragédias como essa em Minas. Onde está nosso Governo Federal que bateu na mesa para a Vale obrigando ela a arcar com tudo, construir uma nova cidade para as pessoas desabrigadas? Correr atrás para impedir que mais cidades sejam atingidas? A grande parte das ajudas vem de pessoas, como as que perderam tudo. Já que os nossos excelentíssimos parlamentares estão em suas casas de veraneio ou passeando de jatinho ou em caríssimos restaurantes custeados com nosso dinheiro e com dinheiro dessas mesmas empresas que não sofrem sanções pesadas, pois, justamente tem rabo preso com esses parlamentares. As mesmas empresas que doaram rios de dinheiro para campanhas de partidos. Mas sejamos claros, não é doação, é investimento, já que todo esse dinheiro retorna como benefício e impunidade para essas empresas. 

Então, devemos abrir nossos olhos para que está acontecendo ao nosso lado. Verificar quem são os culpados e cobrar tudo isso. Cobrar esse estado lamentável que nosso país está. Nosso país está à poucos metros do abismo, e quem deveria se importar não está nem ai. E nós estamos mais preocupados com o que acontece no exterior do que com o que acontece aqui mesmo. Não que a tragédia na França não mereça destaque. Não que ela nãos seja importante. Só gostaria que a mesma importância fosse dada as tragédias que ocorrem debaixo de nossos narizes todos os dias. 

É isso.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Minha filha fala cada coisa...



A mente de uma criança é realmente algo incrível. Elas conseguem criar relações entre as coisas e lógicas que nós ficamos pensando como elas conseguiram isso. E a curiosidade é outra coisa sensacional. Absolutamente tudo elas querem saber. São as mais diversas perguntas sobre os mais diversos assuntos. E ai de você se responde o famoso: "Porque sim!", pode acontecer de você ouvir um "Mas porque sim não é resposta!". É, criamos pequenos monstros. 

Minha filha não é diferente das crianças de cinco anos que existem por ai. Toda sua energia. Seu fôlego. Seus questionamentos. Dúvidas e algumas certezas no algo dos seus cinco anos de experiência. Confesso que posso pegar meio pesado em algumas coisas, mas eu tento sempre aproximá-la da realidade mostrando sempre que ela ainda é criança. Tento responder alguns de seus questionamentos, mesmo que eu me enrole um pouco, ou que eu tenha que mudar alguma coisa na história original, mas sem mexer no seu contexto. O que vale é entender do que se trata, os detalhes com o tempo ela vai saber. 

Já comentei nas redes sociais e já devo ter escrito algo a respeito onde eu digo que nós não sabemos criar filhos. E não sabemos mesmo. Só vamos saber daqui há vários anos. E quando esse momento chegar, não precisaremos mais, pois, eles já estarão adultos. Nós vamos na famosa tentativa e erro. Olhando aqui, ouvindo aqui, lendo acolá. Mas sempre, sempre, decidindo por nossa conta. São nossas decisões, toda responsabilidade é nossa. Isso é algo muito, mas muito complicado. 


Como sou fã de quadrinhos e super-heróis eu tenho alguns bonecos de ação na estante do meu escritório. Às vezes ela pega alguns (os que ela sabe que estão liberados) para brincar. Esses dias ela me disse que queria um boneco do Capitão América como o que eu tenho. Falei que tudo bem, não haveria problema e que assim que possível compraria um para ela brincar. Em seguida ela me diz que era para casar com as suas bonecas. Claro que ri e pensei que o Sr. Steve Rogers se daria muito bem nessa história. 

Ela seguiu brincando e virou para mim e disse: "Pai, posso casar menino com menino né?". Parei um pouco que eu estava fazendo para poder pensar. E respondi: "Pode sim. Mas porque você quer casar menino com menina?". "Ah, é que não tem nenhuma menina para casar com eles". Mas logo após, antes mesmo de eu poder responder ela deu um pulo e disse: "Ah! Tem sim... Pera aí!", e saiu correndo para seu quarto pegar umas bonecas. Ainda fiquei parado por alguns instantes, mas depois comecei a rir. 

Outro dia brincávamos com minha pista de corrida, como aquele antigo Autorama. Ela se divertiu montando a pista ou vendo o carrinho capotando para fora dela. Eu não tenho objeção quanto ao tipo de brinquedo. Ela possui as bonecas, as princesas, mas também tem carrinho, brinca com os meus. Se está com algum menino, ela brinca normalmente. Eu tento não colocar a separação entre "brinquedo de menina" e "brinquedo de menino". Dias atrás ela brincava com um posto de gasolina. Subia com o carrinho, lavava, abastecia, e etc. Qual o problema? Uma mulher pode ser dona de um posto de combustíveis. Assim como pode ser piloto de corrida, não é verdade?



Mas ela tem algumas certezas nessa vida longa de seus cinco anos. Ela disse que não vai casar. Não pretende casar e não quer. Eu dei apoio, claro. "Isso ai, filha. Não precisa casar, estude bastante para ficar bem inteligente para conseguir um emprego muito bom e ir morar no exterior, de preferência no Canadá ou Inglaterra, assim teremos onde passar uma temporada". Claro que eu tive que ver meu lado nessa, não é?

É muito engraçado ver a certeza com que ela fala as coisas. Se você pede que ela coloque uma roupa comprida, já que mais tarde mais esfriar, ela diz que não. Que não vai e que a escola dela é quente. Ou quando sai do banho já fala que quer colocar um vestido, independente se estiver um sol à pino ou geando. E tente contrariá-la, arrumara uma briga por eternos sessenta minutos. Para ela só faz frio quando nossos braços ou pernas ficam com bolinhas (o nosso famoso arrepio). 

Sinceramente eu acho essa lógica infantil sensacional. Depois que me tornei pai comecei a enxergar algumas coisas com outros olhos e entender algumas coisas de outras maneiras. E, acredito eu, que não deveríamos nunca fazer diferente. Não deveríamos nunca tirar a essência de uma criança. Aquela alma inocente que não enxerga o mau das pessoas. Apenas um mundo de fantasia. Seria tão legal se fosse uma Terra do Nunca onde não nos tornássemos adultos. Ou ser como Calvin e Haroldo e suas histórias fantásticas. Não vamos complicar a mente deles, deixe-os livres, pensar livremente, brincar como e com que quiser. A infância é apenas uma vez, e deve ser muito bem aproveitada para que no futuro ela tenha histórias para contar. 


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Meu texto na Olimpíada de Redação 2015

Texto que enviei para a 11ª Olimpíada de Redação de Jundiaí, infelizmente não foi escolhida, mas quem sabe na próxima. 

O tema foi: O mistério da relação HOMEM-NATUREZA: domínio ou submissão?. Com o seguinte subtema de acordo com a faixa etária:


Já não há meio ambiente... Mas preservemos o terço de ambiente que nos resta, nem tudo está perdido! A preservação do meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias que fazem toda a diferença. Preservar o meio ambiente é preservar a VIDA, desta e das demais gerações. Saiba diferenciar: VOCÊ QUER ou VOCÊ PRECISA? Pequenas mudanças fazem toda diferença no cotidiano do nosso planeta! Considerando a temática em questão, escreva uma crônica abordando um fato do dia a dia que ilustre a relação do homem com a natureza, desvelando suas necessidades, crenças e, principalmente, seus mistérios.




"O descaso de hoje e suas consequências

Havia um tempo onde os recursos naturais eram encontrados de forma abundante. Grandes florestas e matas, animais de várias espécies, água limpa e inúmeras nascentes, uma grande quantidade de peixes e frutos do mar, um ar puro e limpo que preenchia os pulmões e fornecia energia para seguir em frente. O ecossistema funcionava, tudo era completo.

Ana sabia disso. Mas apenas por ter lido em livros e anotações de outras pessoas. Hoje a realidade dela é bem diferente dos registros. Segundo alguns relatos, com o tempo esses recursos foram exaurindo-se. Devido a tantas revoluções e guerras tudo foi sendo destruído. Não havia um pensamento preservacionista. Achavam que não havia a necessidade de cuidar. Na mente das pessoas que julgavam-se entendedores os recursos eram inesgotáveis e por mais que usasse-os a grande Mãe Natureza iria repor esses recursos, alguns deuses e santos também carregavam esse fardo de cuidar do meio ambiente.

Os anos foram passando e os recursos foram usados. Não havia limites. Algumas pessoas avisaram: “Precisamos rever esse conceito. Esses recursos não são inesgotáveis como muitos acham. Temos que pensar nas gerações vindouras.”. Riam. “Loucos, insanos. Como podem pensar assim? Temos tudo aqui, podemos usar o quanto quisermos, tudo se renova.”, diziam. Isso não chega a ser uma inverdade. Mas, a partir do momento que tudo é usado de uma maneira sem controle, não há como renovar em tempo hábil.

Veio a explosão demográfica. Prédios e casas no lugar de florestas. Derrubavam matas para construção de indústrias. Nunca se viu uma quantidade tão grande de carros nas ruas. E com isso, mais e mais gases poluentes eram lançados na atmosfera. Detritos espalhados por todo lugar. Lixo era produzido a toneladas. Onde depositar todo esse lixo? Aterros foram criados. E com os aterros vieram os problemas de saúde. Ao chegarem a sua capacidade, esses aterros eram desativados. Anos mais tarde tornariam-se parques e bairros. Cidades inteiras praticamente construídas sobre lixo. O esgoto era lançado nos mares, rios e lagos sem qualquer tipo de tratamento. Rios antes navegáveis e repletos de peixes não passaram de esgotos a céu aberto atraindo animais causadores de doenças e exalando aromas desagradáveis. A população se via cada vez mais encurralada. Não havia muito para onde ir. A temperatura do planeta subia. As marés mudaram. Chuvas ácidas em vários lugares do planeta. E os recursos naturais diminuindo exponencialmente. Era preciso fazer algo. A situação chegou a um nível nunca antes imaginado. Todo sonho de progresso mostrou-se como o causador da deterioração do planeta. Animais deixaram de existir. Alimentos não eram mais possíveis consumir. A falta de outros ocasionava um aumento absurdo nos preços. Várias famílias vivendo na miséria.

Reuniões e congressos foram realizados. Os grandes líderes mundiais dispostos a ouvir os maiores especialistas em diversas áreas. Em resumo, não seria possível fazer muita coisa. Camada de ozônio destruída. Como repor essa camada e impedir os raios nocivos adentrar nosso planeta? Chegaram a um tratado para diminuir a emissão de gases poluentes, mas alguns dos países mais poluentes não assinam. Como resolver esse problema então? Mais congressos. Mais reuniões. Mais incentivos. Nem tudo adianta. Anos de conversas e poucas soluções práticas.

Ana sabia de tudo isso. Ela recebeu um mundo destruído. Vive agora em um laboratório gigante instalado em uma área específica do planeta onde tentam restaurar o que foi perdido. Florestas, animais, alimentos, água. Fora daquela redoma não existe muita coisa. O pouco que restou da civilização vive de maneira precária. O ar não é puro, muito menos a água. Alimento é escasso. Em alguns lugares é a lei da sobrevivência que comanda. É matar ou morrer. Mas ela está tentando fazer com que o meio ambiente se torne inteiro novamente. Ela não está só. Está com outros loucos e insanos que acreditam que possam fazer da Terra o planeta que era anos atrás. O planeta dos seus pais, ou quem sabe o planeta de seus avós. "

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Assassin's Creed Syndicate e a doutrinação conspiratória implícita.



Realmente não entendo se esse povo gosta de arrumar confusão por qualquer coisa, ou se eu estou ficando idiota ao ponto de achar que não tem nada a ver coisas que as pessoas estão se descabelando. O mimimi da vez é sobre o novo jogo da franquia Assassin's Creed: Assassin's Creed Syndicate.

Esse jogo passa-se na época da Revolução Industrial, e por conta disso, o foco é "os oprimidos contra a burguesia". Segundo muitos estão dizendo por ai, colocaram Karl Max como um "herói". E esse é ponto da polêmica. 

Será que tudo hoje em dia é doutrinação, lavagem cerebral e etc??? Eu tenho outros jogos da franquia AC, e acho muito legal. Não tenho previsão de ter ou jogar AC:Syndicate, mas analisando alguns vídeos de gameplay e matérias eu chego a uma conclusão: esse povo gosta de arrumar confusão. Já que o foco não é esse, os gameplays não vão tocar nesse assunto, em alguns nem citam Marx e citam os outros personagens históricos como a Rainha Vitória, Charles Darwin, Charles Dickens e até mesmo Jack, O Estripador.

Mas o game é passado na época da Revolução Industrial, qual é o foco? Qual é filosofia em questão na época. Se lembrarmos das aulas de História vamos lembrar desses assuntos. Seria até um tanto estranho se o jogo não fosse assim. A ambientação é essa, a sociedade era assim. Não interessa que hoje sabemos o que Marx fez, deixou de fazer ou o que ele influenciou. O fato é que naquela época NADA DISSO ERA SABIDO. Será que é tão complicado assim? 

Se pegarmos uma série, filme ou até mesmo novela de época (seja ela qual for) a ideologia, os pensamentos e a sociedade vão de acordo com a época. Se pegarmos um filme medieval, ou da época das Cruzadas, veremos foco no religioso e cristãos matando todo mundo em nome de Deus. E hoje sabemos o quanto isso é idiota (apesar de ainda haver pensamentos parecidos). 



O problema maior não é o jogo, é que não estudamos, não nos interessamos, não queremos saber. Damos a mínima se algum assunto tem mais que cinco anos. As pessoas não procuram a origem das coisas, não querem saber o que houve no passado. E por isso vemos tantos erros se repetindo. As pessoas saem por ai destilando veneno, criando teorias conspiratórias, falando que tudo é doutrinação e por ai vai. Será que no futuro um jogo ambientado nos dias atuais vão falar o mesmo? Se o sistema político ou econômico (sei lá, teoria) mudar e algum jogo ser ambientado em 2015 vão falar essas coisas? Ou vão mudar o contexto para que ninguém ache que seja doutrinação ou teoria.?

Voltando ao AC e Marx. Quantas e quantas pessoas acreditavam na ideologia de Marx? Quantas pessoas realmente confiavam naquilo? É questão de época, de contexto, para que mudar algo só para agradar alguns teoristas conspiratórios? O medo deles que é um garoto vai jogar AC Syndicate e sair por ai proferindo a ideologia Marxista? Creio que não. Ele nem vai saber quem é aquele barbudo que parece Papai Noel. O ideal seria que nós, em caso de dúvida ou curiosidade, mostrasse quem foi, o que ele fez e suas consequências. Dizer que o jogo retrata uma época na história, que pode não ser a realidade dos tempos atuais. 

Retomo a pergunto da início do texto: Será que eu estou ficando tão idiota assim ou as pessoas que querem arrumar confusão em qualquer coisa? Eu realmente espero que seja a segunda opção. 

É isso ae.


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

É questão de RESPEITO.

Hoje cedo eu vi no telejornal (veja aqui a matéria) uma experiência social realizada em Madri, Espanha, onde uma atriz fingia-se estar bêbada na praça esperando um grupo de amigos. Enquanto ela estava lá encostada ou cambaleando, segurando uma garrafa de bebida, alguns homens aproximaram-se dela com o "intuito" de ajudar a pobre moça. Mas essa ajuda nada mais era que aproveitar do momento para "tirar uma lasca" da moça. Alguns já chegaram abraçando de forma mais contundente, pegava pelo braço, tentava beijar, outros já alisavam a cintura, e por ai vai. 

Teve um "ser" que simplesmente abraçou a moça e levou-a para um "lugar mais reservado" na praça, em um canto e lá forçou beijá-la e etc. A atriz deu corda, e a produção logo foi ao auxílio com medo que algo pior pudesse acontecer. Mas a pachorra desse cara foi tanto que ele disse para membro da produção que ele "Tinha visto primeiro, então era dele". Como assim? Então pelo que percebo nós, homens, podemos sair por ai pegar uma mulher e dizer "Eu vi primeiro, ninguém tasca!!" ?? É assim que está funcionando agora? 

Vendo tudo isso senti-me envergonhado. Sério. 

E o detalhe: tudo isso foi gravado à luz do dia. Não era fim de tarde, noite nem madrugada. Era em plena luz do dia em uma praça movimentada. E não era aqui onde dizem ser "terra de ninguém", foi em Madri, na Espanha, Europa, "primeiro mundo". Esse problema é muito mais grave que aparenta. Não é uma simples questão de feminismo/machismo, é RESPEITO. Respeito para com a mulher, e para com qualquer outra pessoa

Eu duvido que todos esses homens sejam solteiros, acredito que muitos tenham sua esposa em casa. Alguns tenham irmãs e filhas. Será que eles gostariam que elas passassem por isso? Para mim isso é comparado a mesma lógica que muitos homens usam que se acham no direito de sair com quem bem entender, deixando a mulher em casa fazendo os "deveres domésticos" e que enchem a boca a dizer que se ela fizer algo errado vai sofrer as consequências. Ou pior, alguns dizem que matam se souber que levaram "chifre". Então, pela lógica desses seres, ele pode fazer o que quiser, pegar quem quiser, correr risco de levar doença para sua esposa e está tudo certo. Mas se ela olhar para o lado ou simplesmente dizer algo que ele não goste ela pode sofrer sanção? Que lógica é essa??? Onde vamos parar? 

Há um concesso estabelecido na sociedade onde o homem desde pequeno é criado como "pegador", já é colocado na cabeça de algumas crianças que ele pode beijar, abraçar, e que mulher é simplesmente algo que pegamos quando estamos com vontade. Já as meninas precisam permanecer recatadas. Precisam pensar bem antes de usar algum tipo de roupa ou onde ir. Pois, se algo acontece a elas, a culpa é toda dela e não de um imbecil retardado que foi mal educado e não consegue respeitar uma pessoa. Há, sim, casos que beiram a doença. Mas são poucos. A grande maioria são safados mesmo que se acham no direito de fazer o que querem com as mulheres pois a tratam como pedaços de carne. 
Quantos relatos não vemos de mulheres que sofrem por terem sido molestadas das mais variáveis formas. Claro que tudo isso é violência, e deve ser tratado como tal, e não digo que é algo exclusivo das mulheres, me refiro a violência no geral. Qualquer ato que vá contra uma pessoa deve ser tratado como violência sendo mulher, homem ou homossexual. O que caberia em diversas situações são seus agravantes, onde a pena ficaria maior. Mas sabemos como é nossa justiça e nosso sistema penal. Sabemos que não é assim que funciona. No momento o que pode ser feito é relatar, é falar, é mostra, é apontar o dedo na cara mesmo. Se estiver no ônibus ou metrô, faça um escarcéu, peça ajuda, não não cale-se, não importa se é homem, mulher, homossexual, qualquer tipo de violência deve ser abominada.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

[Papo de Leigo] - Votos Nulos e Segundo Turno

A situação política do país está em evidência ultimamente. Apensar da onda de raiva e revolta das pessoas, a parcela que entende pelo menos um pouco do sistema é muito pequena. A grande maioria apenas vai na onda do que aparece na tevê ou nas redes sociais. São enxurradas de compartilhamentos de matérias sem sentidos, de informações incorretas ou tendenciosas, mentiras que são levadas como a mais pura verdade e por ai vai. 

Eu não sou especialista, não estudei Ciências Políticas nem nada do tipo, mas quando eu tenho uma dúvida e algo fica martelando na minha mente eu vou procurar para entender melhor. Como diz a tag desse post é uma conversa de leigo, penas perguntas ou dúvidas que eu normalmente não vejo por aí. Acredito que assim é a maneira mais fácil de entender e aprender sobre alguns assuntos. 


Algo decorrente de todas as eleições é o assunto Voto Nulo. Eu já ouvi todo tipo de barbárie possível sobre esse tema. E parece algo tão complicado, mas na verdade não é. O voto Nulo, assim como o voto em Branco apenas não é contabilizado no final da eleição. Eles são retirados, se assim posso dizer, e apenas é contabilizado os votos Válidos, ou seja, aqueles que foram para um candidato ou legenda. 


Podemos ver esse exemplo do site JusBrasil:

"Conforme a Constituição Federal e a Lei das Eleicoes (9.504/2007), vigora no pleito eleitoral o princípio da maioria absoluta de votos válidos. Isto significa que são contabilizados os votos nominais e os de legenda, desconsiderando os brancos e nulos dos cálculos eleitorais. “Os votos nulos e brancos não representam absolutamente nada na eleição a não ser uma manifestação de descontentamento do eleitor com as ações políticas. Os votos válidos, de onde se retiram os brancos e nulos para a contagem final, é que serão computados aos candidatos”"
Há também esse vídeo bem didático sobre o tema:


Eu sei que as pessoas que fizeram as leis são muito mais inteligentes e com muito mais conhecimento que os meus. Mas, eu fico pensando se as eleições são uma manifestação dos desejos do povo, qual o motivo para os votos Nulos e Brancos são excluídos? Como nos exemplos fica claro que com o aumento dos votos Nulos e Brancos um candidato precisa de menos votos para ser eleito. Se esses votos, ditos "inválidos", fossem validados a diferença entre os candidatos seria menor, e acredito que o resultado final seria mais justo e coerente com o desejo da população. Se o número de votos Nulos ou Brancos fosse muito alto, estaria claro ali a manifestação da população que aquilo está errado, que nenhuma daquelas pessoas ali concorrendo satisfazem grande parte da população. 

O mesmo pensamento eu tenho sobre o Segundo Turno das eleições. 

Se em primeiro turno um candidato não atingir a maioria absoluta (50% + 1 voto, excluindo Nulos e Brancos), ocorre um segundo turno. 

Ai entra uma questão interessante:

Existem os candidatos A, B e C. Supondo que o candidato B fique em primeiro, C em segundo e o candidato A em terceiro, será realizado um segundo turno entre os candidatos B e C. E os eleitores do candidato A? Por alguma razão eles NÃO escolheram nem o B nem o C e agora eles são "obrigados" a escolher entre um deles. Partindo da lógica que os Nulos e Brancos não contam e esses eleitores votem Nulo ou Branco a quantidade para que B ou C necessitem para vencer será menor. 

O fato de haver apenas um turno onde quem ganhar ganhou, seja por um voto ou por meio voto não seria opção mais correta e coerente? Não estaria assim sendo realmente revelado os desejos dos eleitores? 

Se juntamente com um turno único fossem contabilizados os Nulos e Brancos, a representatividade da população não seria mais real? 

Se o poder, teoricamente, é nosso de escolher, qual razão somos obrigados a escolher entre opções que não gostamos. Se não fizemos esse opção antes, não há motivo para fazê-la depois. 

Bom, como eu citei acima, não sou especialista em nada. São apenas dúvidas e questionamentos recorrentes que eu sempre tive vontade de dividir. Se você quiser comentar, ou até mesmo colaborar com maiores informações, fique a vontade. 

Até mais.



Votos Nulos e Brancos: JusBrasil
Segundo Turno: Assim se Faz

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Conversa de Divã

Eu havia feito um post para comentar sobre a segunda edição de Ultimate Marvel, onde temos Miles Morales como Homem-Aranha e a volta de Peter Parker, já que ele foi dado como morto, (lembrando que esse é um universo Ultimate, ou seja, alternativo, mas de onde a maioria dos filmes da Marvel estão sendo baseados. Bom, o post era sobre isso, mas eu apaguei. Eu já tinha feito um sobre segunda edição do Espetacular Homem-Aranha, que está legal pois mostra o retorno de Peter após ter sua mente trocada com a do Dr. Otto Octavios, o Oquinho. 
Mas ao começar a fazer esse novo post, e coletar mais informações apareceu uma questão: Para quê? O YouTube está cheio de canais que falam de quadrinhos e livros, reviews e comentários, alguns sites com matérias legais sobre lançamentos e por ai vai. Qual a razão de eu fazer isso também se ninguém se importa? Ou melhor, algumas duas, três pessoas podem até ler. Mas a grande parte do meu "círculo social" não se interessa.
Existem vários canais, alguns sensacionais que eu não perco uma atualização e sigo as redes sociais e tudo mais. São ótimos para ficar bem informado e passar raiva também, já que muita coisa que é mostrada eu não vou comprar. Em alguns momentos me incomoda - ok, confesso, dá uma certa raiva- o fato desses canais (e tantos outros) receberem materiais diversos. Assim eles passam suas opiniões e fica muito mais fácil para escolhermos. Mas é triste saber que não há dinheiro suficiente para tudo de interessante que aparece. 
Mas, voltando ao meu questionamento. Qual o motivo de eu escrever sobre isso onde já há uma gama enorme de outros canais falando a mesma coisa? Não tem muito tempo eu tive a certeza que gosto de escrever, mesmo não sabendo muito, eu tento. E, para mim, é a melhor maneira de passar uma impressão ou opinião, já que vídeo ou áudio está fora de cogitação. Mas estamos na era dos 140 caracteres, na era do MP3, vídeos e podcasts. É tudo muito rápido e fácil. Quem hoje quer ficar entrando em blogs, lendo textões no Facebook e matérias grandes? Estamos em uma geração que lê apenas a manchete da matéria, compartilha e comenta, nada mais. A matéria pode falar sobre a matança de Pandas na Floresta Amazônica, mas a manchete está: "A matança de Pandas aumenta a cada ano", a pessoa compartilha, prolifera uns palavrões e pronto. Ela não vai nem saber que a matéria é absurdamente ridícula. E aqueles que realmente estão querendo passar algo interessante, mesmo que seja de um nicho que parece estar um pouco saturado não consegue. 
Não sei se você consegue chegar ao ponto que cheguei. O certo seria podermos fazer coisas que nos dão prazer e se for possível tirar um sustento disso é melhor ainda. O fato de poder falar sobre coisas interessantes, querer que as pessoas comecem a pensar fora da caixa é algo fantástico. Claro que nem todos vão pensar como você ou como eu, não vai gostar das mesmas coisas que você gosta, ou eu. Mas pelo menos mostrar que há outros caminhos, que existem outras possibilidades, que não existe apenas o vermelho ou o verde é algo fantástico. Mas como fazê-lo? Como fazê-lo em uma sociedade que demonstra certa preguiça e desinteresse. São respostas que eu gostaria de ter, ou de encontrar. A cada dia que passa eu penso mais nessas coisa eu não consigo chegar a lugar algum, nem mesmo encontrar um caminho. É algo muito estranho, parece que eu est.... Trrrrrrrrimmmmmm!!!!!!!!!!!

- Seu tempo acabou. Nos vemos na próxima sessão?
- Claro. Sem dúvidas. Até mais. 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O Rei

"Era uma vez um reino muito, muito distante. Nesse reino havia um rei que comandava seu reino com justiça e honestidade. Era um rei bem quisto por todos. O rei era justo, bondoso e caridoso. A honestidade e a lealdade eram seus pontos altos, e estavam encrustados em seu brasão real. 

Todos os súditos e até mesmo os reinos mais próximos sabiam do rei, e nada tinham contra ele. Mas, mesmo com essas qualidades, ele não era muito de festividades. Preferia permanecer em seu castelo, e lá receber os visitantes, resolver algumas questões, e adquirir mais conhecimento com os livros de sua biblioteca. Ainda assim, o reino seguia firme e próspero. Sempre passava pelo reino uma pessoa pedindo ajuda, algum necessitado, ou até mesmo um representante de outro reino para pedir ajuda ou conselho. O rei atendia à todos. Sem distinção. O exército desse reino era pequeno. Apenas o necessário para manter a ordem. Eles não eram de guerra. 

Mas um dia, uma forte crise abalou todo o reino e as redondezas. As pessoas estavam preocupadas, assim como o rei. Pela primeira vez em tempos ele não sabia exatamente o que fazer. Mesmo analisando friamente as possibilidades ele não conseguia chegar a uma decisão. Foi então que ele resolveu pedir ajuda aos outros reinos. E qual foi a sua surpresa ao perceber que nem todos estavam dispostos a ajudá-lo como ele já ajudou algum dia. Nunca passou pela cabeça dele cobrar por algo que tenha feito, por um favor ou por uma ajuda. Mas, infelizmente, naquele momento ele estava precisando. Tentou de todas as formas, mas nada era suficiente. O rei então, um tanto quanto magoado, resolveu recolher-se em seu castelo. Quase ninguém tinha mais contato com ele. Os portões do castelo foram fechados, ninguém mais entraria sem permissão, que dificilmente era dada. Andarilhos que já tinham como destino o reino por saber que ali encontrariam ajuda, foram impedidos de entrar e tiveram que seguir viagem sob a ameaça de ficarem detidos. Ele convocou súditos para aumentarem o exército, sem direito a negação. Aumentou os impostos e cortou benefícios que antes os aldeões tinham. Com o exército maior, e bem treinado passou a invadir reinos vizinhos. Colocando medo e destruição. Se impôs pela força. Tornou-se um rei temido por todos."

Essa história poderia ter um outro final. Mas, infelizmente, as pessoas tendem apenas a pensar em si, e se aproveitam daqueles que são bondosos, até mesmo ingênuos em certos pontos. Mas chega uma hora que tudo acaba, e o jogo muda. Onde poderia ser um reino de paz e tranquilidade, tornou-se um reino de medo e trevas.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Última Partida

Acordei cedo. Normalmente não é assim. Fico na cama até tarde, curtindo uma preguiça. Como é liberado em qualquer Domingo. Mas nesse eu levantei para curtir o dia. Adiantei uns trabalhos da faculdade, nada muito complicado, pelo menos não ficaria acumulado. Li um pouco e meu irmão apareceu pedindo para jogar um pouco de videogame. Enquanto minha mãe preparava o almoço aceitei o desafio e fui jogar umas partidas com ele. Almoço pronto. E como sempre, delicioso. Muita conversa e risadas à mesa. Como habitual, saímos à francesa para não sermos pegos para lavar a louça. Acabei cochilando um pouco no sofá. Fazer digestão, sabe como é. Depois de um banho, coloquei a camisa do meu time. Era dia de jogo. Despedi dos meus pais e meu irmão. Minha mãe, como sempre, dando seus conselhos. Coisas como não comer muita besteira na rua, e não chegar muito tarde. Mesmo eu não tendo que trabalhar no dia seguinte por ser feriado, não era para eu abusar. Claro que concordei com tudo. Abri a carteira, conferi o dinheiro e o ingresso e saí para encontrar uns amigos para irmos juntos ao jogo. O estádio não era longe, então íamos andando mesmo. Não fazíamos sempre, já que nem sempre temos dinheiro sobrando, então escolhíamos alguns jogos, guardávamos um dinheiro e combinávamos. Na maioria eram os clássicos. É outra energia. Como sempre íamos conversando, contando causos e vantagens, discutindo escalações e quem poderia se destacar na partida. A certa altura eu estava mandando mensagem para minha namorada dizendo que após a partida iria vê-la. Para nãos e preocupar com isso. Como eu estava absorto com o celular, não reparei na movimentação a minha volta. Quando dei por mim só ouvir gritos de “Corre, corre”, “Cuidado!!”, “Sai… sai….!!”, e meus amigos correndo para todos os lados. Quando me virei foi tudo muito rápido. Não tive reação ou ação. Percebi em poucos segundo o que aconteceu. Um grupo da torcida rival nos encurralou. Eles estavam escondidos e ao passarmos correram atrás de nós com paus e pedras. Alguns de meus amigos foram atingidos. Outros foram pegos e receberam socos e pontapés. Tiveram suas camisetas arrancadas e rasgadas. Tudo em pouco segundos. Eu recebi um golpe na cabeça. Era um pedaço de medeira, grande e pesado. Havia uma ponta nessa madeira e ela atravessou meu crânio. Não tive o que fazer. Apenas caí. O sangue jorrava da minha cabeça. Recebi ainda alguns chutes mas não tive forças para nada. Tudo ficou turvo. Perdi a consciência. Me recordo de ter sido socorrido. Mas não tinha o que fazer. Faleci naquele dia. Sem me despedir de quem eu amo. Sem completar meus objetivos. Sem conquistar meus sonhos.  

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Papo de Leigo - A escalada da violência.

Mais uma pessoa morta de forma covarde e imbecil.

Mariana Dos Santos Silva trabalhava como Fiscal de Caixa em um mercado dentro da Ceasa, no Rio de Janeiro. No dia 17/08 foi até uma agência bancária localizada ali mesmo na Ceasa para fazer um depósito. O valor do depósito era por volta de 100 mil reais. Ela foi ao banco no carro da empresa, um Fusca. Junto com ela um segurança, desarmado. 

Como mostram as imagens da câmera de segurança do local, nesse link, Mariana sai do Fusca e vai em direção ao banco. Nesse momento ela é rendida e tem a bolsa furtada. Seguranças do local ao verem a movimentação atiram contra os bandidos, esses revidam e um tiro de fuzil acerta Mariana que cambaleia por alguns metros e cai, vindo a falecer no local. Os seguranças ao perceberem que os bandidos são em maior número e correm. Os bandidos fogem em dois carros com o dinheiro. O segurança que acompanhava Mariana também é atingido e também vem a falecer. Outro segurança do local é atingido mas não corre risco de morte. 

Em entrevista à Rádio CBN a irmã de Mariana relata, pode ser ouvido nesse link, que havia uma escala para esses depósitos, e que não era a primeira vez da irmã dela nem do segurança. Mas não vamos entrar no mérito da questão de como esse dinheiro era levado ao banco, a irmã da vítima aborda isso em sua entrevista. Ouça e tire suas conclusões. 

É claro e notório a escalada da violência em nosso país. Mesmo sendo apresentados dados que a violência tem diminuído, não é isso que aparenta. Nessa mesma semana ocorreu uma chacina em Osasco e Barueri com cerca de vinte mortos. Matérias de tevê mostram os armamentos dos bandidos cada vez mais pesados, principalmente no estado do Rio de Janeiro o número de fuzis é impressionante. Até armas de calibre .50, capaz de derrubar aeronaves e perfurar concreto foram encontradas. Essas armas são usadas em tentativas de assalto à carros fortes em rodovias. 

Temos a Lei do Desarmamento onde nós temos que nos desarmar. Não temos o direito de nos defender ou defender nossa família. Mas os bandidos estão cada vez mais armados. Desde aprovação da lei algum bandido foi à uma delegacia entregar um fuzil ou uma .50? Eu não me recordo de tal fato. Agora estão querendo mudar a lei para que alguns crimes sejam hediondos. Crime é crime. Claro que uma pessoa que rouba um pote de manteiga no mercado não pode ser comparada a um assassino de porta de banco. Os crimes são diferentes, as penas são diferentes. Para um crime brando uma pena branda, assim como uma pena pesado para um crime pesado. Mas a pena precisa ser cumprida. A justiça precisa funcionar. E é mais importante ter onde colocar esses criminosos condenados. 

Benefícios como a Saída de Dia dos Pais, Mães ou Natal precisam ser extirpados. Bandidos aproveitam disso para cometerem mais crimes. Os dados mostram que nessas épocas o número de crimes aumenta drasticamente. É preciso mostrar um sistema forte e que funcione. É preciso um local que ofereça atividades aos presos. De nada adianta confiná-los em um local sem nada a fazer. É necessário com que eles trabalhem para seu sustento e sustento do presídio. Dar oportunidade para aqueles que realmente assumiram que erraram e estão dispostos a apagar esse passado. 

Nas manifestações que ocorreram por todo o país não vi nada relacionado a isso. Nenhuma placa, cartaz ou faixa. Violência e educação são deixadas de lado. Não vejo manifestação em favor a Reforma do Código Penal, pedindo construção de novos presídios ou a melhoria dos que já existem, não pedem melhoria das escolas, entre outras coisas. É um enorme círculo. Uma boa educação tende a diminuir o número de criminosos no futuro. Claro que não há como acabar com os crimes, mas a quantidade pode diminuir. E aliado a isso precisamos de uma força policial bem armada, bem treinada  e séria. Onde as frutas podres sejam retiradas do resto da fruteira. 

É muito bonito tirar foto com policiais nas manifestações, mas é só ser parado por um para esbravejarem contra eles. Parece que todo mal do país se concentra em apenas uma pessoa e apenas um partido. E esses sendo retirados tudo ficará as mil maravilhas esquecendo ou ignorando quem realmente faz e votam as leis. Político não merecia salário. No máximo uma ajuda de custo. Uma grande percentagem dos políticos tem outras profissões. E na sua maioria são empresários bem sucedidos. Será mesmo que eles estão se importando se a dona Maria precisa acordar às 5h da manhã e pegar três conduções para trabalhar e deixar seu filhos com a vizinha pois não há creche em seu bairro? Se uma pessoa resolve seguir o caminho da política ela tem que fazer por querer ajudar a sociedade, e não para ter estabilidade e ótimos salários - sem contar as premiações e outras verbas (melhor nem citar a corrupção).


Mas se você chegou até esse ponto no texto, saiba que tudo isso não passa de ficção. O que não é ficção é o falecimento da Mariana, a tristeza de sua família. Assim como o falecimento do segurança e a tristeza de sua família. Mas eles não são os únicos personagens dessa história. Há muitos por ai. Todos os dias. Não sabemos seus nomes, mas sabemos sempre como vai terminar. Com alguém morto. Com filhos sem pais. Sem uma visão positiva do futuro. Enquanto muitos estão mais preocupados em discutir qual partido rouba mais. Ou qual nova obra pode ser superfaturada. 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Sobre o fim da Cultura

Está sendo amplamente compartilhado nas redes sociais um apelo de ex-apresentadores da TV Cultura sobre seu possível encerramento e solicitando nossa ajuda para que isso não aconteça.

Não serei hipócrita ou mentiroso ao ponto de dizer que só vejo a TV Cultura, e repudiar os outros canais. Não, não farei isso. Por pior que seja, sempre há algo bom em algum canal. Vai de nós escolher o que ver e saber se aquilo é bom ou não, relevante ou não para mim.

Pois bem. Eu vi esse vídeo sobre a TV Cultura, e me lembrei de alguns bons programas do canal que eu não entendo o motivo de não serem populares. Fiz a pré-escola em uma escolinha chamada “Peter Pan”, sério. E um belo dia fomos ao programa Bambalalão. Sim, eu fui ao Bambalalão e desci aquele escorrega, isso é uma das poucas coisas que me lembro bem de quando era criança. Uma pena que não havia smartphone, câmera digital ou coisas do tipo, no máximo um gravador VHS que algumas pessoas possuíam. Mas está na memória, isso que importa.

Eu assistia a muitos programas da Cultura. Como não citar Anos Incríveis, O Mundo da Lua, Doug, Confissões de Adolescente (sim, eu gostava), vi muito Glub-Glub (senta que lá vem a história!), adorava as histórias contadas com bonecos, era sensacional. Como não citar O Mundo de Beakman (cara, esse era top), X-Tudo, Rá-Tim-Bum, Castelo Rá-Tim-Bum e por ai vai. Eu lembro que assistia com meus pais ao programa Quem Sabe Sabe, e ficava respondendo as questões. Era muito legal. Havia um programa também, que agora me fugiu o nome, que era de perguntas, havia um cenário egípcio, tinha que entrar em um sarcófago e coisas assim. Tinha que passar um caminho e não podia pisar em partes erradas para não afundar (meio Indiana Jones). Esse eu também gostava.

Já peguei-me assistindo sozinho em casa o Quintal da Cultura aos sábados pela manhã. Havia também o Bem Brasil (que um dia eu fui, esse tenho registro). Qual programa bom hoje em dia é nesse mesmo formato? Cite um. Quantos filme do Mazzaropi eu não vi, alguns com meu pai. Metrópolis, Ensaio, Provocações, Roda Viva, Sr. Brasil eu acho muito bom, Jornal da Cultura acho um dos melhores telejornais. Gostava de Pé na Rua, tinha também o Musikaos, nossa vou ficar aqui citando vários.

No ano de 2014, a TV Cultura foi eleita a segunda melhor emissora do mundo em qualidade de programação pela BBC; a rede Globo ficou em 28º; em 32º lugar ficou a TV Brasil; a Bandeirantes ocupou o 35º; Rede Record em 39º, seguido pelo SBT em 40º. RedeTV nem entrou na lista. E eu fico aqui pensando como uma emissora assim está quase fechando. Realmente é complicado de entender. A audiência é mínima, e sabemos que se não tem audiência, não tem patrocínio, e sem patrocínio, sem dinheiro. O governo, principalmente o estadual, poderia ajudar. Mas acredito que eles tenham assuntos mais importantes para tratar.


Quando você tem uma emissora de TV com o nome de Cultura, com uma programação voltada para a cultura, e vê essa emissora à beira do abismo, em tempos de ser encerrada, não tem como não fazer uma relação direta com a situação do país. Como nosso país trata a cultura. Muito fala-se, muito mostra-se, mas na maioria é “coisa para inglês ver”. Poucas são as escolas que possuem currículo cultural forte. Poucas empresas patrocinam e apoiam eventos culturais. Nota-se pelo que podemos ver em sites como o Catarse, onde nós ajudamos nos projetos. E há desde quadrinhos, passando por livros, peças teatrais e outros. Particularmente eu não vejo uma salvação para a TV Cultura, pelo menos não a curto prazo. O que é uma pena. E o país fica cada dia mais pobre culturalmente. Quem quiser que corra atrás.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O giro do Sol

O que está acontecendo? 

Não é mais possível ter opinião? 


Se ela for contrária ao outro ou a maioria ignorante vira crime? 

A pessoa sente-se como um criminoso procurado, tem que ficar escondido, não pode se manifestar. 


Se alguém disser que o Sol é o centro do universo será considerado louco, se disser que não acredita em algo será queimado ou jogado ao mar dentro de uma jaula. 

Corre-se o risco de apedrejamento em praça pública por aqueles que detém a verdade. 

A verdade criada por eles, ou criada por alguém dizendo ser a verdade, sem comprovação alguma. 

Uma verdade baseada apenas pelo "ouvi dizer". 

Opinar ou ter uma visão diferente de algum assunto torna a pessoa um ser extraterreno.

Raul Seixas disse que "é sempre mais fácil achar que a culpa é do outro. Evita um aperto de mão de possíveis aliados." E ele estava certo, mais fácil fazer inimigos do que amigos. Hoje tudo é motivo de polêmica, de discórdia. 


E quando descobrem que aquela pessoa que dizia que nós estamos ao redor do Sol estava correto, não há mais o que fazer. 

É muito mais fácil achar ou ter certeza que nós somos o centro de tudo e que o mundo gira ao nosso redor.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Fotos trágicas e a curiosidade

Estou vendo muitos posts nas redes sociais e notícias sobre as fotos do cantor Cristiano Araújo e sua namorada (Sim, havia outra pessoa. Mesmo que todos só foquem nele.) logo após o acidente e na autopsia. 

Bem. É sabido da curiosidade do ser humano. Não sei se posso generalizar ou apenas me apegar a nós, brasileiros, que por qualquer muvuca é capaz de se atrasar no trabalho para saber o que está havendo. Qualquer colisão, por menor que seja, faz do trânsito um caos. Tudo por conta da curiosidade. 

Atualmente, quando algum famoso falece, minutos após já começam os murmurinhos sobre fotos ou vídeos da hora do acidente, ou dos corpos no local ou no hospital. Pode ser não tão atualmente já que me lembro muito bem das edições do Notícias Populares onde saíram fotos dos Mamonas Assassinas depois do avião ter caído. Lembro-me também que haviam fotos do Senna circulando por ai. 

Existem sites que são apenas disso. Especializados em fotos ou vídeos de acidentes. Ai entra minha pergunta: Qual a diferença entre os funcionários do necrotério, ou quem tirou as fotos da namorada dele ainda no chão, daquela pessoa que vê um acidente na rua e para para tirar algumas fotos e enviar para os amigos via WhatsApp ou qualquer outro método? Para mim, nenhuma. 

Quando é um famoso, a comoção é geral (ok que depende do famoso), e essas fotos circulam em uma velocidade incrível, praticamente impossível frear algo assim. Nesse momento entraria a ética, ou algum outro nome que não consigo encontrar agora. Qual a necessidade de tirar fotos nessas condições, e qual a necessidade de repassá-las? Pode acontecer de recebermos, mas cabe a nós parar a corrente por ai mesmo. Delete, apague. Não há necessidade de repassar. Imagine se algum parente seu, ou amigo, venha a falecer em um acidente do tipo. imagine dias após você receber uma foto dessas pessoas, nas condições do acidente. Será que você iria gostar? Qual seria seu sentimento ou sensação? Com certeza a raiva e revolta seriam as primeiras. 

Como eu disse, há pessoas que vão atrás desses materiais. Existem pessoas que gostam dessas coisas. Não cabe a mim analisar a sanidade dessas pessoas. Mas cabe a mim interromper esse tipo de corrente. Se essas pessoas que gostam de materiais do tipo quiserem ver, elas vão encontrar. Elas vão atrás. Sabemos sim que há métodos. 

Já está muito claro e é de conhecimento da maioria que tal atitude é um crime. E pelo fato de não haver uma repressão mais rígida da parte das autoridades, essa atitude continua sem nenhum problema. Então cabe às pessoas a mão na consciência e pensar bem antes de tirar fotos assim. Claro que isso não se enquadra se for uma matéria jornalística ou algo do tipo. Entendo também que a curiosidade aguça os sentidos. Mas vamos pensar duas vezes. Falta um pouco "estar no lugar do outro" em algumas situações. Eu tenho plena certeza que você não gostaria de receber no seu aparelho celular a foto de um parente seu logo após um acidente trágico.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

[Aleatório] - Ah.. Essa tal felicidade.

Existe uma frase muito edificante que diz: "Gente feliz não enche o saco.". Essa frase poderia ser um mandamento universal. Ser ensinado às crianças nas escolas e nas casas pelos pais. É uma frase tão simples, mas que ao mesmo tempo diz muito. Ou será que você não concorda?

Pegarei como exemplo o dia de hoje, 12 de Junho, Dia dos Namorados aqui no Brasil. Você pode dizer baixinho que é uma data comercial, criada apenas para se vender mais, como tantas outras aqui no país. Sim, eu concordo com você. Mas já está impregnada na sociedade, e essa data é um pouco melhor que Natal ou Páscoa. Mas pois bem, retornemos a frase supracitada. Se você possui alguma rede social percebeu como ela estava amorosa hoje. Eram fotos de casais, frases de amor, declarações de amor e por ai vai. E não foi bonito? Fale a verdade. Até o mais ogro dos ogros (tenho um amigo assim) se pegaria limpando um suor que escorreu de seus olhos. 



Isso tudo é felicidade. Entendeu agora a profundidade da frase? Hoje viu-se muito pouco sobre Boticário, Feliciano ou Malafaia, PT, Dilma ou Lula. As tragédias, em sua maioria, foram trocadas por mensagens fofas. E tudo ficou mais legal. 

Eu realmente gostaria de entender como existem pessoas que pregam a embate com o que há de diferente - ou como que ele ou ela não gosta, acho que esse é o sentido. Algumas pessoas simplesmente não querem que as outras sejam felizes. Pelo simples fato que essas pessoas felizes ficariam bem. Não encheriam o saco. Eles mesmo poderiam ser mais felizes, porque eu acho que não são, sério. Não é possível a pessoa ser feliz e azucrinar tanto a vida dos outros. Se incomodam com que a outra pessoas faz, ou com quem a outra pessoa está. Será que tão complicado assim entender? Complete a frase você, meu amigo leitor: Se a pessoa está feliz ela não..........? Pronto. É isso mesmo. 



Precisamos repassar essa frase, esse sentimento, esse mantra. Vão ser felizes, e deixem as outras pessoas felizes. Se a pessoa quer namorar o com homem, com mulher, como alien, o que você tem a ver com isso? Vá lá ser feliz também e deixe as pessoas em paz. São tantos problemas por ai e as pessoas se preocupam com quem fica como quem e como. Se a pessoa está com alguém do sexo oposto ou não e está feliz. Deixe-a feliz. Ela não vai encher o saco de ninguém, vai curtir a felicidade. E acredito que você deveria fazer o mesmo. Se a sua felicidade não é o amor, não é a paixão por outra pessoa. Procure algo que te deixa feliz e seja. Aproveite o clima do dia de hoje, toda essa energia amorosa que emana das pessoas. E não se preocupe se está só. No dia de finados ninguém sai por ai agarrado com morto. Vá ser feliz à sua maneira. 



quinta-feira, 11 de junho de 2015

[Opinião] - O trouxismo nosso de cada dia.


Como somos trouxas, realmente somos um verdadeiros imbecis. 

Quando o povo está no plenário da Câmara e se manifesta com cartazes ou aos berros eles são retirados de lá, às vezes de forma truculenta. Ontem (10/05) a bancada evangélica entra, no meio da sessão, com faixas e cartazes, aos gritos e palavras de ordem contra a Parada Gay de São Paulo, tomam conta da mesa e rezam o Pai Nosso, indo contra o tão falado e não respeitado Estado Laico. Lembro-me de uma ocasião que em uma Câmara de uma cidade de interior, uma pessoa não quis repetir o Pai Nosso quando um deputado resolveu entoá-lo. Esse cidadão foi retirado a força da câmara e preso. 


Eles podem se manifestar, vai a população.


Mas a nossa imbecilidade e trouxismo (nem sei se existe esse termo) não param por ai. A sociedade clama por mudanças. Algumas 'poucas' milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades do país exigindo mudança (não vou entrar no mérito de mudarem na urna). O governo - digo o governo todo, ok? Não apenas uma pessoa - resolve fazer algo e mexe em uma coisa aqui, outra coisinha acolá. "Olha, eles estão fazendo!" - gritam alguns. Mas sabemos que não é bem assim. Anunciam a tão esperada "Reforma Política", que termo pomposo, daria um bom livro. De comédia. Alguns pontos são colocados em votação. Claro que ainda está tudo caminhando - à passos de formiga e sem vontade - e ainda tem muito que andar, mas estão andando. 




Votam o sistema eleitoral. Fica tudo como está. Sabe como é, mudar agora... as pessoas podem se confundir, podem não gostar, vamos deixar como está. Além do mais, vamos nos prejudicar - pensam eles.


Votam a reeleição. Votam contra. Oba! Não haverá mais reeleição. Que ótimo! Mas em contra partida votam pelo aumento do mandato. What??? Agora serão cinco anos, e não mais quatro. Faz-me rir. 

Ah, e aquele projeto de fazer uma eleição geral, colocando a escolha de todos os cargos em apenas um ano de eleição não passou. Sabe como é... Eles alegam que isso pode 'afastar a população da política'. Mais??? Se afastar mais só se formos para Marte! A política hoje se tornou algo inatingível para muitos, e ininteligível para outros tantos. O fato de ter uma eleição para todos os cargos em apenas um ano é algo complicado demais? Só não sei se para nós ou para eles. É muito mais interessante ter eleições a cada dois anos, parar um mandato pela metade para concorrer a outro cargo. Quem perde somos nós. Os mandatos precisam estar em acordo, andarem lado a lado. Entra o partido A em uma cidade e tem o mesmo partido no estado. Dois anos depois, sai o A do estado e entra o B, e aquele município pode se prejudicar. O mesmo ocorre com estado/federação. 

Votam a obrigatoriedade do voto. Algo também muito solicitado pela população, visto o grande número de abstenções das urnas. Eles resolvem manter. Novamente o deixa como está. 'Podemos ser prejudicados'. Mas se o nosso sistema já não leva em consideração as abstenções, nulos e brancos, será mesmo que a não obrigatoriedade faria tanta diferença assim? 

E assim continuamos a ser obrigados a votar. Obrigados a participar de um processo de seleção que não leva muito em conta nossas escolhas, no caso dos deputados e vereadores. E ainda nos obriga a escolher algo que já não havíamos escolhido antes, no caso do segundo turno. 

Mas não há obrigatoriedade de manter cumprir as promessas de campanha. De colocar as contas à limpo. De ser integro nas convicções. De aplicar o nosso dinheiro onde é para ser aplicado e não nas próprias contas. A obrigatoriedade de manter um sistema de saúde digno, e uma segurança pública digna. A obrigatoriedade de manter a ética - apesar de achar que 99% deles não sabem o significado dessa palavra. E por ai vai. 

Olhando assim até parecem legais.

Cada dia que passa estamos mais presos. Estamos atrás de muros e grades, dentro de carros blindados, levando nossos filhos para quase dentro das classes com medo que aconteça algo no caminho. Não podemos sacar um dinheiro em um caixa eletrônico sem entrar em paranoia se a pessoa que está atrás de nós está vendo nossa movimentação. Saímos do mercado com duas sacolas e deixamos metade de um salário mínimo. Trabalhamos praticamente cinco meses para pagar toda carga tributária que cai sobre nossas cabeças. Além da carga em cima de produtos e serviços. Andar de carro virou luxo. Andar de ônibus, trem ou metrô, é questão de sorte. Ter algo mais valioso em mãos é perigo de vida. Enquanto isso, dinheiro e mais dinheiro é gasto em maracutaias, super faturamentos, verbas indenizatórias de todo tipo, setenta e cinco assessores para um deputado em uma sala de 20 metros quadrados. Funcionários fantasmas que deixaria qualquer filme de terror com inveja. E nada disso muda. Nada do que realmente poderia fazer diferença muda. 

Agora vira crime andar com uma faca.Tome muito cuidado se a senhora precisar comprar uma faca nova, se pegarem-na com ela pode ser crime. Vamos esconder a faca para levar naquele churrasco na chácara. A culpa é da faca. Ela sai sozinha por ai entrando em corpos de médicos, de pais de família, de mulheres que estão fazendo compras. A culpa sempre é da faca, já que não temos o mordomo. Estamos sobre o julgo de bancadas disso ou daquilo que querem apenas impor seu ponto de vista. Exigem respeito, mas não respeitam. Querem reconhecimento por meio da força. Querem impor algo que eles julgam ser o correto, mas eles praticam o que há de mais incorreto, o que há de mais podre e vil, condenado a cada 11 de 10 religiões. E temos que ficar quietos, pois não temos o direito de opinar, falar, de querer saber ou exigir os nossos direitos, já que deveres, esses nós temos aos montes. 


Até mais, seu abestado!