quarta-feira, 28 de outubro de 2015

É questão de RESPEITO.

Hoje cedo eu vi no telejornal (veja aqui a matéria) uma experiência social realizada em Madri, Espanha, onde uma atriz fingia-se estar bêbada na praça esperando um grupo de amigos. Enquanto ela estava lá encostada ou cambaleando, segurando uma garrafa de bebida, alguns homens aproximaram-se dela com o "intuito" de ajudar a pobre moça. Mas essa ajuda nada mais era que aproveitar do momento para "tirar uma lasca" da moça. Alguns já chegaram abraçando de forma mais contundente, pegava pelo braço, tentava beijar, outros já alisavam a cintura, e por ai vai. 

Teve um "ser" que simplesmente abraçou a moça e levou-a para um "lugar mais reservado" na praça, em um canto e lá forçou beijá-la e etc. A atriz deu corda, e a produção logo foi ao auxílio com medo que algo pior pudesse acontecer. Mas a pachorra desse cara foi tanto que ele disse para membro da produção que ele "Tinha visto primeiro, então era dele". Como assim? Então pelo que percebo nós, homens, podemos sair por ai pegar uma mulher e dizer "Eu vi primeiro, ninguém tasca!!" ?? É assim que está funcionando agora? 

Vendo tudo isso senti-me envergonhado. Sério. 

E o detalhe: tudo isso foi gravado à luz do dia. Não era fim de tarde, noite nem madrugada. Era em plena luz do dia em uma praça movimentada. E não era aqui onde dizem ser "terra de ninguém", foi em Madri, na Espanha, Europa, "primeiro mundo". Esse problema é muito mais grave que aparenta. Não é uma simples questão de feminismo/machismo, é RESPEITO. Respeito para com a mulher, e para com qualquer outra pessoa

Eu duvido que todos esses homens sejam solteiros, acredito que muitos tenham sua esposa em casa. Alguns tenham irmãs e filhas. Será que eles gostariam que elas passassem por isso? Para mim isso é comparado a mesma lógica que muitos homens usam que se acham no direito de sair com quem bem entender, deixando a mulher em casa fazendo os "deveres domésticos" e que enchem a boca a dizer que se ela fizer algo errado vai sofrer as consequências. Ou pior, alguns dizem que matam se souber que levaram "chifre". Então, pela lógica desses seres, ele pode fazer o que quiser, pegar quem quiser, correr risco de levar doença para sua esposa e está tudo certo. Mas se ela olhar para o lado ou simplesmente dizer algo que ele não goste ela pode sofrer sanção? Que lógica é essa??? Onde vamos parar? 

Há um concesso estabelecido na sociedade onde o homem desde pequeno é criado como "pegador", já é colocado na cabeça de algumas crianças que ele pode beijar, abraçar, e que mulher é simplesmente algo que pegamos quando estamos com vontade. Já as meninas precisam permanecer recatadas. Precisam pensar bem antes de usar algum tipo de roupa ou onde ir. Pois, se algo acontece a elas, a culpa é toda dela e não de um imbecil retardado que foi mal educado e não consegue respeitar uma pessoa. Há, sim, casos que beiram a doença. Mas são poucos. A grande maioria são safados mesmo que se acham no direito de fazer o que querem com as mulheres pois a tratam como pedaços de carne. 
Quantos relatos não vemos de mulheres que sofrem por terem sido molestadas das mais variáveis formas. Claro que tudo isso é violência, e deve ser tratado como tal, e não digo que é algo exclusivo das mulheres, me refiro a violência no geral. Qualquer ato que vá contra uma pessoa deve ser tratado como violência sendo mulher, homem ou homossexual. O que caberia em diversas situações são seus agravantes, onde a pena ficaria maior. Mas sabemos como é nossa justiça e nosso sistema penal. Sabemos que não é assim que funciona. No momento o que pode ser feito é relatar, é falar, é mostra, é apontar o dedo na cara mesmo. Se estiver no ônibus ou metrô, faça um escarcéu, peça ajuda, não não cale-se, não importa se é homem, mulher, homossexual, qualquer tipo de violência deve ser abominada.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

[Papo de Leigo] - Votos Nulos e Segundo Turno

A situação política do país está em evidência ultimamente. Apensar da onda de raiva e revolta das pessoas, a parcela que entende pelo menos um pouco do sistema é muito pequena. A grande maioria apenas vai na onda do que aparece na tevê ou nas redes sociais. São enxurradas de compartilhamentos de matérias sem sentidos, de informações incorretas ou tendenciosas, mentiras que são levadas como a mais pura verdade e por ai vai. 

Eu não sou especialista, não estudei Ciências Políticas nem nada do tipo, mas quando eu tenho uma dúvida e algo fica martelando na minha mente eu vou procurar para entender melhor. Como diz a tag desse post é uma conversa de leigo, penas perguntas ou dúvidas que eu normalmente não vejo por aí. Acredito que assim é a maneira mais fácil de entender e aprender sobre alguns assuntos. 


Algo decorrente de todas as eleições é o assunto Voto Nulo. Eu já ouvi todo tipo de barbárie possível sobre esse tema. E parece algo tão complicado, mas na verdade não é. O voto Nulo, assim como o voto em Branco apenas não é contabilizado no final da eleição. Eles são retirados, se assim posso dizer, e apenas é contabilizado os votos Válidos, ou seja, aqueles que foram para um candidato ou legenda. 


Podemos ver esse exemplo do site JusBrasil:

"Conforme a Constituição Federal e a Lei das Eleicoes (9.504/2007), vigora no pleito eleitoral o princípio da maioria absoluta de votos válidos. Isto significa que são contabilizados os votos nominais e os de legenda, desconsiderando os brancos e nulos dos cálculos eleitorais. “Os votos nulos e brancos não representam absolutamente nada na eleição a não ser uma manifestação de descontentamento do eleitor com as ações políticas. Os votos válidos, de onde se retiram os brancos e nulos para a contagem final, é que serão computados aos candidatos”"
Há também esse vídeo bem didático sobre o tema:


Eu sei que as pessoas que fizeram as leis são muito mais inteligentes e com muito mais conhecimento que os meus. Mas, eu fico pensando se as eleições são uma manifestação dos desejos do povo, qual o motivo para os votos Nulos e Brancos são excluídos? Como nos exemplos fica claro que com o aumento dos votos Nulos e Brancos um candidato precisa de menos votos para ser eleito. Se esses votos, ditos "inválidos", fossem validados a diferença entre os candidatos seria menor, e acredito que o resultado final seria mais justo e coerente com o desejo da população. Se o número de votos Nulos ou Brancos fosse muito alto, estaria claro ali a manifestação da população que aquilo está errado, que nenhuma daquelas pessoas ali concorrendo satisfazem grande parte da população. 

O mesmo pensamento eu tenho sobre o Segundo Turno das eleições. 

Se em primeiro turno um candidato não atingir a maioria absoluta (50% + 1 voto, excluindo Nulos e Brancos), ocorre um segundo turno. 

Ai entra uma questão interessante:

Existem os candidatos A, B e C. Supondo que o candidato B fique em primeiro, C em segundo e o candidato A em terceiro, será realizado um segundo turno entre os candidatos B e C. E os eleitores do candidato A? Por alguma razão eles NÃO escolheram nem o B nem o C e agora eles são "obrigados" a escolher entre um deles. Partindo da lógica que os Nulos e Brancos não contam e esses eleitores votem Nulo ou Branco a quantidade para que B ou C necessitem para vencer será menor. 

O fato de haver apenas um turno onde quem ganhar ganhou, seja por um voto ou por meio voto não seria opção mais correta e coerente? Não estaria assim sendo realmente revelado os desejos dos eleitores? 

Se juntamente com um turno único fossem contabilizados os Nulos e Brancos, a representatividade da população não seria mais real? 

Se o poder, teoricamente, é nosso de escolher, qual razão somos obrigados a escolher entre opções que não gostamos. Se não fizemos esse opção antes, não há motivo para fazê-la depois. 

Bom, como eu citei acima, não sou especialista em nada. São apenas dúvidas e questionamentos recorrentes que eu sempre tive vontade de dividir. Se você quiser comentar, ou até mesmo colaborar com maiores informações, fique a vontade. 

Até mais.



Votos Nulos e Brancos: JusBrasil
Segundo Turno: Assim se Faz

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Conversa de Divã

Eu havia feito um post para comentar sobre a segunda edição de Ultimate Marvel, onde temos Miles Morales como Homem-Aranha e a volta de Peter Parker, já que ele foi dado como morto, (lembrando que esse é um universo Ultimate, ou seja, alternativo, mas de onde a maioria dos filmes da Marvel estão sendo baseados. Bom, o post era sobre isso, mas eu apaguei. Eu já tinha feito um sobre segunda edição do Espetacular Homem-Aranha, que está legal pois mostra o retorno de Peter após ter sua mente trocada com a do Dr. Otto Octavios, o Oquinho. 
Mas ao começar a fazer esse novo post, e coletar mais informações apareceu uma questão: Para quê? O YouTube está cheio de canais que falam de quadrinhos e livros, reviews e comentários, alguns sites com matérias legais sobre lançamentos e por ai vai. Qual a razão de eu fazer isso também se ninguém se importa? Ou melhor, algumas duas, três pessoas podem até ler. Mas a grande parte do meu "círculo social" não se interessa.
Existem vários canais, alguns sensacionais que eu não perco uma atualização e sigo as redes sociais e tudo mais. São ótimos para ficar bem informado e passar raiva também, já que muita coisa que é mostrada eu não vou comprar. Em alguns momentos me incomoda - ok, confesso, dá uma certa raiva- o fato desses canais (e tantos outros) receberem materiais diversos. Assim eles passam suas opiniões e fica muito mais fácil para escolhermos. Mas é triste saber que não há dinheiro suficiente para tudo de interessante que aparece. 
Mas, voltando ao meu questionamento. Qual o motivo de eu escrever sobre isso onde já há uma gama enorme de outros canais falando a mesma coisa? Não tem muito tempo eu tive a certeza que gosto de escrever, mesmo não sabendo muito, eu tento. E, para mim, é a melhor maneira de passar uma impressão ou opinião, já que vídeo ou áudio está fora de cogitação. Mas estamos na era dos 140 caracteres, na era do MP3, vídeos e podcasts. É tudo muito rápido e fácil. Quem hoje quer ficar entrando em blogs, lendo textões no Facebook e matérias grandes? Estamos em uma geração que lê apenas a manchete da matéria, compartilha e comenta, nada mais. A matéria pode falar sobre a matança de Pandas na Floresta Amazônica, mas a manchete está: "A matança de Pandas aumenta a cada ano", a pessoa compartilha, prolifera uns palavrões e pronto. Ela não vai nem saber que a matéria é absurdamente ridícula. E aqueles que realmente estão querendo passar algo interessante, mesmo que seja de um nicho que parece estar um pouco saturado não consegue. 
Não sei se você consegue chegar ao ponto que cheguei. O certo seria podermos fazer coisas que nos dão prazer e se for possível tirar um sustento disso é melhor ainda. O fato de poder falar sobre coisas interessantes, querer que as pessoas comecem a pensar fora da caixa é algo fantástico. Claro que nem todos vão pensar como você ou como eu, não vai gostar das mesmas coisas que você gosta, ou eu. Mas pelo menos mostrar que há outros caminhos, que existem outras possibilidades, que não existe apenas o vermelho ou o verde é algo fantástico. Mas como fazê-lo? Como fazê-lo em uma sociedade que demonstra certa preguiça e desinteresse. São respostas que eu gostaria de ter, ou de encontrar. A cada dia que passa eu penso mais nessas coisa eu não consigo chegar a lugar algum, nem mesmo encontrar um caminho. É algo muito estranho, parece que eu est.... Trrrrrrrrimmmmmm!!!!!!!!!!!

- Seu tempo acabou. Nos vemos na próxima sessão?
- Claro. Sem dúvidas. Até mais. 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

O Rei

"Era uma vez um reino muito, muito distante. Nesse reino havia um rei que comandava seu reino com justiça e honestidade. Era um rei bem quisto por todos. O rei era justo, bondoso e caridoso. A honestidade e a lealdade eram seus pontos altos, e estavam encrustados em seu brasão real. 

Todos os súditos e até mesmo os reinos mais próximos sabiam do rei, e nada tinham contra ele. Mas, mesmo com essas qualidades, ele não era muito de festividades. Preferia permanecer em seu castelo, e lá receber os visitantes, resolver algumas questões, e adquirir mais conhecimento com os livros de sua biblioteca. Ainda assim, o reino seguia firme e próspero. Sempre passava pelo reino uma pessoa pedindo ajuda, algum necessitado, ou até mesmo um representante de outro reino para pedir ajuda ou conselho. O rei atendia à todos. Sem distinção. O exército desse reino era pequeno. Apenas o necessário para manter a ordem. Eles não eram de guerra. 

Mas um dia, uma forte crise abalou todo o reino e as redondezas. As pessoas estavam preocupadas, assim como o rei. Pela primeira vez em tempos ele não sabia exatamente o que fazer. Mesmo analisando friamente as possibilidades ele não conseguia chegar a uma decisão. Foi então que ele resolveu pedir ajuda aos outros reinos. E qual foi a sua surpresa ao perceber que nem todos estavam dispostos a ajudá-lo como ele já ajudou algum dia. Nunca passou pela cabeça dele cobrar por algo que tenha feito, por um favor ou por uma ajuda. Mas, infelizmente, naquele momento ele estava precisando. Tentou de todas as formas, mas nada era suficiente. O rei então, um tanto quanto magoado, resolveu recolher-se em seu castelo. Quase ninguém tinha mais contato com ele. Os portões do castelo foram fechados, ninguém mais entraria sem permissão, que dificilmente era dada. Andarilhos que já tinham como destino o reino por saber que ali encontrariam ajuda, foram impedidos de entrar e tiveram que seguir viagem sob a ameaça de ficarem detidos. Ele convocou súditos para aumentarem o exército, sem direito a negação. Aumentou os impostos e cortou benefícios que antes os aldeões tinham. Com o exército maior, e bem treinado passou a invadir reinos vizinhos. Colocando medo e destruição. Se impôs pela força. Tornou-se um rei temido por todos."

Essa história poderia ter um outro final. Mas, infelizmente, as pessoas tendem apenas a pensar em si, e se aproveitam daqueles que são bondosos, até mesmo ingênuos em certos pontos. Mas chega uma hora que tudo acaba, e o jogo muda. Onde poderia ser um reino de paz e tranquilidade, tornou-se um reino de medo e trevas.