terça-feira, 24 de novembro de 2015

Post aleatório da semana: Falha na Matrix ou loucura?

Gosto da trilogia Matrix. É interessante pensar em algo daquele tipo, que não estamos aqui, que estamos em outro lugar que tudo isso é irreal e que estamos apenas projetando nossas mentes. Claro que tudo não passa de ficção - e hipóteses -, seria bom demais poder fazer o download de alguma habilidade que precisamos naquele momento ou encontrar uma saída onde não há. 

Mesmo sendo tudo isso ficção, às vezes bate uma dúvida: será que estamos mesmo aqui ou será tudo isso é verdade? É comum falarmos sozinhos, mas falar com outras pessoas que não existem (ou que outras pessoas não enxergam essas pessoas) pode ser curioso, estranho, bizarro, doença ou apenas uma experiência religiosa. Depende muito do ponto de vista. Dá vontade de perguntar se isso ou aquilo é verdade, se essa ou aquela pessoa realmente existe, se ele ou ela disse mesmo aquilo. O problema é daí sim poderíamos nos tornar insanos. Nos apegar a esses detalhes poderia comprometer, e muito, nossa sanidade. É impossível saber se alguém diz a verdade, ou se simplesmente não está querendo te usar. Saber se alguém está sendo falso ou não com você, ou se todos os elogios são sinceros. 

Tanta tecnologia ao nosso dispor e não podemos ter certezas dessas coisas. É um tanto estranho. Pensar se estamos mesmo em uma Matrix ou não pode dar curto em nossos neurônios. É bem melhor ignorar tudo e esperar os resultados. Se for para se dar mal, que dê. Se for para se dar bem, que dê também. 

Quantas pessoas já não passou pela sua vida? Algumas você agradece de nunca mais ver, outras você não entende o motivo de ter saído. Mas, se você tivesse como saber tudo isso antes será que correria os mesmos riscos? Se estivéssemos mesmo em uma Matrix seria tudo tão mais fácil de entender. Ou pelo menos faríamos da nossa maneira. Mas o segredo dela é não saber que estamos nela. Apenas alguns poderiam saber sobre isso. O resto dos meros mortais continuariam como sempre. Mortais.

Complicado saber se é pior sair perguntando se isso ou aquilo é real, se essa ou aquela pessoa está realmente ali ou simplesmente ignorar e caso não haja ninguém ali ser considerado estranho ou até mesmo doente. Qualquer coisa eu pergunto pra esse camarada que sempre está conversando comigo. 


Vocês o veem, não é?

sábado, 14 de novembro de 2015

Quando um terrorismo é mais importante que outro.

Não sei se há uma regra específica ou algum acordo plurilateral da sociedade brasileira onde diz, em letras garrafais, que as tragédias estrangeiras são maiores que as nossas, e que devemos (obrigatoriamente) sentirmos culpados e nos solidarizar com essa situação. 

Estava eu com minha esposa e um casal de amigos em um bar, quando em um daqueles momentos que você vai verificar alguma notificação no celular eu vi posts sobre o ataque terrorista na França. Já estava próximo às 22h, quase começando o (grande) jogo entre Brasil X Argentina e estávamos nos preparando para ir embora. Eu li rápido algumas matérias onde dizia que eram mais de cem mortos e mais dezenas de feridos. Que haviam invadido uma casa de show lotada e etc. Ao chegar em casa fui ler com mais atenção e coloquei em um canal de notícias para saber mais. 

Comecei a ler os comentários, toda a cobertura do canal de notícias, os grandes sites noticiando minuto a minuto, coisas que vocês sabem bem como é. Na manhã seguinte a minha timeline estava repleta de notícias do atentado. Várias mensagens de solidariedade. Pessoas incrédulas com todo acontecimento. E mais mensagens de solidariedade. Li também que nossa Presidente se manifestou solidária à França, diante dos acontecimentos. 

Ok, eu entendo. Isso tudo é normal em caso de tragédias. Mas, a pouco de mais de uma semana tivemos uma tragédia aqui mesmo no Brasil, do nosso lado, em Minas Gerais. Uma cidade praticamente foi varrida do mapa, centenas de pessoas perderam absolutamente tudo. Claro que as mortes não são nem equiparadas, se não me engano em Minas foram encontrados quatro ou cinco corpos mas ainda há mais de vinte pessoas desaparecidas. Um rio inteiro foi praticamente extinto por conta de toda a lama que veio do rompimento das barragens. Outras várias cidades, que são abastecidas pelo Rio Doce, estão em situação de calamidade pois não há água para nada. Todo fornecimento foi interrompido e os hospitais, creches, asilos, e presídios recebem água em caráter emergencial. A situação é incrivelmente complicada. Várias pessoas pedindo ajuda, pedindo água. Algo que muitos jogam fora pelo raro, e que agora essas pessoas precisam com urgência. A situação é desesperadora. 

E com todo esse quadro, eu vi poucas manifestações de solidariedade com essas vítimas. Poucas pessoas falaram do assunto ou sentiram-se culpadas, tristes ou solidárias. O próprio Governo Federal demorou SETE dias para visitar a área devastadas, e quando foi, noticiou uma multa de 250 Milhões de reais para a empresa responsável. Apenas isso. Não vi um só perfil das redes sociais sendo trocado pela bandeira de Minas Gerais, como fizeram com a bandeira da França. Será mesmo que as nossas tragédias são tão normais assim? As tragédias que ocorrem no exterior são mais importantes que as que acontecem aos nossos olhos? Não. Toda tragédia tem sua importância. É impossível mensurar a dor das pessoas que perderam tudo em Mariana/MG ou da família das pessoas que foram mortas nos atentados na França. Isso não tem como ser feito. Mas o que parece é que o povo brasileiro não está nem se lixando para o que acontece do nosso lado. Não dá para entender o que eles esperam que possa acontecer. Somos mais preocupados com o que acontece lá fora do que acontece aqui mesmo em nossa própria casa. 

Eu ouvi uma mensagem em áudio e uma pessoa de Minas Gerais (acredito que seja real essa mensagem) onde ela diz como está a situação lá, o que está acontecendo e o que está sendo feito. Como não há água, caminhões pipas, carros que fornecem água estão sendo escoltados pois já houve relatos de roubo desses veículos. Isso também não é um tipo de terrorismo? Outro ponto que ela cita, é que devemos orar por uma intervenção divina e que só isso pode resolver o problema. Nesse ponto exato eu não me contive e acabei mandando um "NÃO!" bem sonoro, como se eu estivesse conversando com a pessoa. Isso não adianta nada. Absolutamente nada. Pode orar quanto quiser, pode pedir para quem quiser, isso não vai mudar nada. Esse é outro grande mal do nosso povo que vejo por ai, e não é a primeira vez, nem a segunda, nem terceira e muito menos a ducentésima vez. Nosso povo tem mania de esperar uma intervenção divina. Espera que algo venha do céu e resolva os problemas. As pessoas que perderam tudo, na tragédia de Teresópolis anos atrás recebam alguma ajuda divina? As pessoas que perdem tudo em diversas tragédias em nosso país receberam alguma ajuda divina? Não. Nada. Mas o povo mantém essa mania de pedir aos céus para que tudo se resolva. Não é para os céus que devemos pedir algo. São para os parlamentares que colocamos no poder e que só pensam em se dar bem, em colocar dinheiro em cuecas, malas ou em contas na Suíça. Fazem esquemas com grandes empresas. Fecham os olhos para o que está errado, sempre na base de um "cascalho". Nosso podre Governo Federal (que só existe para Inglês ver) não faz nada. Demorou UMA SEMANA  para visitar a área atingida em Minas Gerais. E qual a punição? Duzentos e cinquenta milhões de reais em multas. Isso é dinheiro de pinga para eles. Se nós tivéssemos um governo sério. Um governo realmente preocupado em nosso país e não preocupado apenas em fazer negociatas no Congresso, dar ministério para um e para outro, ficar brigando para ver quem é deposto primeiro, com parlamentares que se preocupam com os reais problemas e não apenas se família é homem, mulher e filhos, não teríamos tantas tragédias como essa em Minas. Onde está nosso Governo Federal que bateu na mesa para a Vale obrigando ela a arcar com tudo, construir uma nova cidade para as pessoas desabrigadas? Correr atrás para impedir que mais cidades sejam atingidas? A grande parte das ajudas vem de pessoas, como as que perderam tudo. Já que os nossos excelentíssimos parlamentares estão em suas casas de veraneio ou passeando de jatinho ou em caríssimos restaurantes custeados com nosso dinheiro e com dinheiro dessas mesmas empresas que não sofrem sanções pesadas, pois, justamente tem rabo preso com esses parlamentares. As mesmas empresas que doaram rios de dinheiro para campanhas de partidos. Mas sejamos claros, não é doação, é investimento, já que todo esse dinheiro retorna como benefício e impunidade para essas empresas. 

Então, devemos abrir nossos olhos para que está acontecendo ao nosso lado. Verificar quem são os culpados e cobrar tudo isso. Cobrar esse estado lamentável que nosso país está. Nosso país está à poucos metros do abismo, e quem deveria se importar não está nem ai. E nós estamos mais preocupados com o que acontece no exterior do que com o que acontece aqui mesmo. Não que a tragédia na França não mereça destaque. Não que ela nãos seja importante. Só gostaria que a mesma importância fosse dada as tragédias que ocorrem debaixo de nossos narizes todos os dias. 

É isso.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Minha filha fala cada coisa...



A mente de uma criança é realmente algo incrível. Elas conseguem criar relações entre as coisas e lógicas que nós ficamos pensando como elas conseguiram isso. E a curiosidade é outra coisa sensacional. Absolutamente tudo elas querem saber. São as mais diversas perguntas sobre os mais diversos assuntos. E ai de você se responde o famoso: "Porque sim!", pode acontecer de você ouvir um "Mas porque sim não é resposta!". É, criamos pequenos monstros. 

Minha filha não é diferente das crianças de cinco anos que existem por ai. Toda sua energia. Seu fôlego. Seus questionamentos. Dúvidas e algumas certezas no algo dos seus cinco anos de experiência. Confesso que posso pegar meio pesado em algumas coisas, mas eu tento sempre aproximá-la da realidade mostrando sempre que ela ainda é criança. Tento responder alguns de seus questionamentos, mesmo que eu me enrole um pouco, ou que eu tenha que mudar alguma coisa na história original, mas sem mexer no seu contexto. O que vale é entender do que se trata, os detalhes com o tempo ela vai saber. 

Já comentei nas redes sociais e já devo ter escrito algo a respeito onde eu digo que nós não sabemos criar filhos. E não sabemos mesmo. Só vamos saber daqui há vários anos. E quando esse momento chegar, não precisaremos mais, pois, eles já estarão adultos. Nós vamos na famosa tentativa e erro. Olhando aqui, ouvindo aqui, lendo acolá. Mas sempre, sempre, decidindo por nossa conta. São nossas decisões, toda responsabilidade é nossa. Isso é algo muito, mas muito complicado. 


Como sou fã de quadrinhos e super-heróis eu tenho alguns bonecos de ação na estante do meu escritório. Às vezes ela pega alguns (os que ela sabe que estão liberados) para brincar. Esses dias ela me disse que queria um boneco do Capitão América como o que eu tenho. Falei que tudo bem, não haveria problema e que assim que possível compraria um para ela brincar. Em seguida ela me diz que era para casar com as suas bonecas. Claro que ri e pensei que o Sr. Steve Rogers se daria muito bem nessa história. 

Ela seguiu brincando e virou para mim e disse: "Pai, posso casar menino com menino né?". Parei um pouco que eu estava fazendo para poder pensar. E respondi: "Pode sim. Mas porque você quer casar menino com menina?". "Ah, é que não tem nenhuma menina para casar com eles". Mas logo após, antes mesmo de eu poder responder ela deu um pulo e disse: "Ah! Tem sim... Pera aí!", e saiu correndo para seu quarto pegar umas bonecas. Ainda fiquei parado por alguns instantes, mas depois comecei a rir. 

Outro dia brincávamos com minha pista de corrida, como aquele antigo Autorama. Ela se divertiu montando a pista ou vendo o carrinho capotando para fora dela. Eu não tenho objeção quanto ao tipo de brinquedo. Ela possui as bonecas, as princesas, mas também tem carrinho, brinca com os meus. Se está com algum menino, ela brinca normalmente. Eu tento não colocar a separação entre "brinquedo de menina" e "brinquedo de menino". Dias atrás ela brincava com um posto de gasolina. Subia com o carrinho, lavava, abastecia, e etc. Qual o problema? Uma mulher pode ser dona de um posto de combustíveis. Assim como pode ser piloto de corrida, não é verdade?



Mas ela tem algumas certezas nessa vida longa de seus cinco anos. Ela disse que não vai casar. Não pretende casar e não quer. Eu dei apoio, claro. "Isso ai, filha. Não precisa casar, estude bastante para ficar bem inteligente para conseguir um emprego muito bom e ir morar no exterior, de preferência no Canadá ou Inglaterra, assim teremos onde passar uma temporada". Claro que eu tive que ver meu lado nessa, não é?

É muito engraçado ver a certeza com que ela fala as coisas. Se você pede que ela coloque uma roupa comprida, já que mais tarde mais esfriar, ela diz que não. Que não vai e que a escola dela é quente. Ou quando sai do banho já fala que quer colocar um vestido, independente se estiver um sol à pino ou geando. E tente contrariá-la, arrumara uma briga por eternos sessenta minutos. Para ela só faz frio quando nossos braços ou pernas ficam com bolinhas (o nosso famoso arrepio). 

Sinceramente eu acho essa lógica infantil sensacional. Depois que me tornei pai comecei a enxergar algumas coisas com outros olhos e entender algumas coisas de outras maneiras. E, acredito eu, que não deveríamos nunca fazer diferente. Não deveríamos nunca tirar a essência de uma criança. Aquela alma inocente que não enxerga o mau das pessoas. Apenas um mundo de fantasia. Seria tão legal se fosse uma Terra do Nunca onde não nos tornássemos adultos. Ou ser como Calvin e Haroldo e suas histórias fantásticas. Não vamos complicar a mente deles, deixe-os livres, pensar livremente, brincar como e com que quiser. A infância é apenas uma vez, e deve ser muito bem aproveitada para que no futuro ela tenha histórias para contar. 


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Meu texto na Olimpíada de Redação 2015

Texto que enviei para a 11ª Olimpíada de Redação de Jundiaí, infelizmente não foi escolhida, mas quem sabe na próxima. 

O tema foi: O mistério da relação HOMEM-NATUREZA: domínio ou submissão?. Com o seguinte subtema de acordo com a faixa etária:


Já não há meio ambiente... Mas preservemos o terço de ambiente que nos resta, nem tudo está perdido! A preservação do meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias que fazem toda a diferença. Preservar o meio ambiente é preservar a VIDA, desta e das demais gerações. Saiba diferenciar: VOCÊ QUER ou VOCÊ PRECISA? Pequenas mudanças fazem toda diferença no cotidiano do nosso planeta! Considerando a temática em questão, escreva uma crônica abordando um fato do dia a dia que ilustre a relação do homem com a natureza, desvelando suas necessidades, crenças e, principalmente, seus mistérios.




"O descaso de hoje e suas consequências

Havia um tempo onde os recursos naturais eram encontrados de forma abundante. Grandes florestas e matas, animais de várias espécies, água limpa e inúmeras nascentes, uma grande quantidade de peixes e frutos do mar, um ar puro e limpo que preenchia os pulmões e fornecia energia para seguir em frente. O ecossistema funcionava, tudo era completo.

Ana sabia disso. Mas apenas por ter lido em livros e anotações de outras pessoas. Hoje a realidade dela é bem diferente dos registros. Segundo alguns relatos, com o tempo esses recursos foram exaurindo-se. Devido a tantas revoluções e guerras tudo foi sendo destruído. Não havia um pensamento preservacionista. Achavam que não havia a necessidade de cuidar. Na mente das pessoas que julgavam-se entendedores os recursos eram inesgotáveis e por mais que usasse-os a grande Mãe Natureza iria repor esses recursos, alguns deuses e santos também carregavam esse fardo de cuidar do meio ambiente.

Os anos foram passando e os recursos foram usados. Não havia limites. Algumas pessoas avisaram: “Precisamos rever esse conceito. Esses recursos não são inesgotáveis como muitos acham. Temos que pensar nas gerações vindouras.”. Riam. “Loucos, insanos. Como podem pensar assim? Temos tudo aqui, podemos usar o quanto quisermos, tudo se renova.”, diziam. Isso não chega a ser uma inverdade. Mas, a partir do momento que tudo é usado de uma maneira sem controle, não há como renovar em tempo hábil.

Veio a explosão demográfica. Prédios e casas no lugar de florestas. Derrubavam matas para construção de indústrias. Nunca se viu uma quantidade tão grande de carros nas ruas. E com isso, mais e mais gases poluentes eram lançados na atmosfera. Detritos espalhados por todo lugar. Lixo era produzido a toneladas. Onde depositar todo esse lixo? Aterros foram criados. E com os aterros vieram os problemas de saúde. Ao chegarem a sua capacidade, esses aterros eram desativados. Anos mais tarde tornariam-se parques e bairros. Cidades inteiras praticamente construídas sobre lixo. O esgoto era lançado nos mares, rios e lagos sem qualquer tipo de tratamento. Rios antes navegáveis e repletos de peixes não passaram de esgotos a céu aberto atraindo animais causadores de doenças e exalando aromas desagradáveis. A população se via cada vez mais encurralada. Não havia muito para onde ir. A temperatura do planeta subia. As marés mudaram. Chuvas ácidas em vários lugares do planeta. E os recursos naturais diminuindo exponencialmente. Era preciso fazer algo. A situação chegou a um nível nunca antes imaginado. Todo sonho de progresso mostrou-se como o causador da deterioração do planeta. Animais deixaram de existir. Alimentos não eram mais possíveis consumir. A falta de outros ocasionava um aumento absurdo nos preços. Várias famílias vivendo na miséria.

Reuniões e congressos foram realizados. Os grandes líderes mundiais dispostos a ouvir os maiores especialistas em diversas áreas. Em resumo, não seria possível fazer muita coisa. Camada de ozônio destruída. Como repor essa camada e impedir os raios nocivos adentrar nosso planeta? Chegaram a um tratado para diminuir a emissão de gases poluentes, mas alguns dos países mais poluentes não assinam. Como resolver esse problema então? Mais congressos. Mais reuniões. Mais incentivos. Nem tudo adianta. Anos de conversas e poucas soluções práticas.

Ana sabia de tudo isso. Ela recebeu um mundo destruído. Vive agora em um laboratório gigante instalado em uma área específica do planeta onde tentam restaurar o que foi perdido. Florestas, animais, alimentos, água. Fora daquela redoma não existe muita coisa. O pouco que restou da civilização vive de maneira precária. O ar não é puro, muito menos a água. Alimento é escasso. Em alguns lugares é a lei da sobrevivência que comanda. É matar ou morrer. Mas ela está tentando fazer com que o meio ambiente se torne inteiro novamente. Ela não está só. Está com outros loucos e insanos que acreditam que possam fazer da Terra o planeta que era anos atrás. O planeta dos seus pais, ou quem sabe o planeta de seus avós. "

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Assassin's Creed Syndicate e a doutrinação conspiratória implícita.



Realmente não entendo se esse povo gosta de arrumar confusão por qualquer coisa, ou se eu estou ficando idiota ao ponto de achar que não tem nada a ver coisas que as pessoas estão se descabelando. O mimimi da vez é sobre o novo jogo da franquia Assassin's Creed: Assassin's Creed Syndicate.

Esse jogo passa-se na época da Revolução Industrial, e por conta disso, o foco é "os oprimidos contra a burguesia". Segundo muitos estão dizendo por ai, colocaram Karl Max como um "herói". E esse é ponto da polêmica. 

Será que tudo hoje em dia é doutrinação, lavagem cerebral e etc??? Eu tenho outros jogos da franquia AC, e acho muito legal. Não tenho previsão de ter ou jogar AC:Syndicate, mas analisando alguns vídeos de gameplay e matérias eu chego a uma conclusão: esse povo gosta de arrumar confusão. Já que o foco não é esse, os gameplays não vão tocar nesse assunto, em alguns nem citam Marx e citam os outros personagens históricos como a Rainha Vitória, Charles Darwin, Charles Dickens e até mesmo Jack, O Estripador.

Mas o game é passado na época da Revolução Industrial, qual é o foco? Qual é filosofia em questão na época. Se lembrarmos das aulas de História vamos lembrar desses assuntos. Seria até um tanto estranho se o jogo não fosse assim. A ambientação é essa, a sociedade era assim. Não interessa que hoje sabemos o que Marx fez, deixou de fazer ou o que ele influenciou. O fato é que naquela época NADA DISSO ERA SABIDO. Será que é tão complicado assim? 

Se pegarmos uma série, filme ou até mesmo novela de época (seja ela qual for) a ideologia, os pensamentos e a sociedade vão de acordo com a época. Se pegarmos um filme medieval, ou da época das Cruzadas, veremos foco no religioso e cristãos matando todo mundo em nome de Deus. E hoje sabemos o quanto isso é idiota (apesar de ainda haver pensamentos parecidos). 



O problema maior não é o jogo, é que não estudamos, não nos interessamos, não queremos saber. Damos a mínima se algum assunto tem mais que cinco anos. As pessoas não procuram a origem das coisas, não querem saber o que houve no passado. E por isso vemos tantos erros se repetindo. As pessoas saem por ai destilando veneno, criando teorias conspiratórias, falando que tudo é doutrinação e por ai vai. Será que no futuro um jogo ambientado nos dias atuais vão falar o mesmo? Se o sistema político ou econômico (sei lá, teoria) mudar e algum jogo ser ambientado em 2015 vão falar essas coisas? Ou vão mudar o contexto para que ninguém ache que seja doutrinação ou teoria.?

Voltando ao AC e Marx. Quantas e quantas pessoas acreditavam na ideologia de Marx? Quantas pessoas realmente confiavam naquilo? É questão de época, de contexto, para que mudar algo só para agradar alguns teoristas conspiratórios? O medo deles que é um garoto vai jogar AC Syndicate e sair por ai proferindo a ideologia Marxista? Creio que não. Ele nem vai saber quem é aquele barbudo que parece Papai Noel. O ideal seria que nós, em caso de dúvida ou curiosidade, mostrasse quem foi, o que ele fez e suas consequências. Dizer que o jogo retrata uma época na história, que pode não ser a realidade dos tempos atuais. 

Retomo a pergunto da início do texto: Será que eu estou ficando tão idiota assim ou as pessoas que querem arrumar confusão em qualquer coisa? Eu realmente espero que seja a segunda opção. 

É isso ae.