segunda-feira, 29 de junho de 2015

O giro do Sol

O que está acontecendo? 

Não é mais possível ter opinião? 


Se ela for contrária ao outro ou a maioria ignorante vira crime? 

A pessoa sente-se como um criminoso procurado, tem que ficar escondido, não pode se manifestar. 


Se alguém disser que o Sol é o centro do universo será considerado louco, se disser que não acredita em algo será queimado ou jogado ao mar dentro de uma jaula. 

Corre-se o risco de apedrejamento em praça pública por aqueles que detém a verdade. 

A verdade criada por eles, ou criada por alguém dizendo ser a verdade, sem comprovação alguma. 

Uma verdade baseada apenas pelo "ouvi dizer". 

Opinar ou ter uma visão diferente de algum assunto torna a pessoa um ser extraterreno.

Raul Seixas disse que "é sempre mais fácil achar que a culpa é do outro. Evita um aperto de mão de possíveis aliados." E ele estava certo, mais fácil fazer inimigos do que amigos. Hoje tudo é motivo de polêmica, de discórdia. 


E quando descobrem que aquela pessoa que dizia que nós estamos ao redor do Sol estava correto, não há mais o que fazer. 

É muito mais fácil achar ou ter certeza que nós somos o centro de tudo e que o mundo gira ao nosso redor.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Fotos trágicas e a curiosidade

Estou vendo muitos posts nas redes sociais e notícias sobre as fotos do cantor Cristiano Araújo e sua namorada (Sim, havia outra pessoa. Mesmo que todos só foquem nele.) logo após o acidente e na autopsia. 

Bem. É sabido da curiosidade do ser humano. Não sei se posso generalizar ou apenas me apegar a nós, brasileiros, que por qualquer muvuca é capaz de se atrasar no trabalho para saber o que está havendo. Qualquer colisão, por menor que seja, faz do trânsito um caos. Tudo por conta da curiosidade. 

Atualmente, quando algum famoso falece, minutos após já começam os murmurinhos sobre fotos ou vídeos da hora do acidente, ou dos corpos no local ou no hospital. Pode ser não tão atualmente já que me lembro muito bem das edições do Notícias Populares onde saíram fotos dos Mamonas Assassinas depois do avião ter caído. Lembro-me também que haviam fotos do Senna circulando por ai. 

Existem sites que são apenas disso. Especializados em fotos ou vídeos de acidentes. Ai entra minha pergunta: Qual a diferença entre os funcionários do necrotério, ou quem tirou as fotos da namorada dele ainda no chão, daquela pessoa que vê um acidente na rua e para para tirar algumas fotos e enviar para os amigos via WhatsApp ou qualquer outro método? Para mim, nenhuma. 

Quando é um famoso, a comoção é geral (ok que depende do famoso), e essas fotos circulam em uma velocidade incrível, praticamente impossível frear algo assim. Nesse momento entraria a ética, ou algum outro nome que não consigo encontrar agora. Qual a necessidade de tirar fotos nessas condições, e qual a necessidade de repassá-las? Pode acontecer de recebermos, mas cabe a nós parar a corrente por ai mesmo. Delete, apague. Não há necessidade de repassar. Imagine se algum parente seu, ou amigo, venha a falecer em um acidente do tipo. imagine dias após você receber uma foto dessas pessoas, nas condições do acidente. Será que você iria gostar? Qual seria seu sentimento ou sensação? Com certeza a raiva e revolta seriam as primeiras. 

Como eu disse, há pessoas que vão atrás desses materiais. Existem pessoas que gostam dessas coisas. Não cabe a mim analisar a sanidade dessas pessoas. Mas cabe a mim interromper esse tipo de corrente. Se essas pessoas que gostam de materiais do tipo quiserem ver, elas vão encontrar. Elas vão atrás. Sabemos sim que há métodos. 

Já está muito claro e é de conhecimento da maioria que tal atitude é um crime. E pelo fato de não haver uma repressão mais rígida da parte das autoridades, essa atitude continua sem nenhum problema. Então cabe às pessoas a mão na consciência e pensar bem antes de tirar fotos assim. Claro que isso não se enquadra se for uma matéria jornalística ou algo do tipo. Entendo também que a curiosidade aguça os sentidos. Mas vamos pensar duas vezes. Falta um pouco "estar no lugar do outro" em algumas situações. Eu tenho plena certeza que você não gostaria de receber no seu aparelho celular a foto de um parente seu logo após um acidente trágico.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

[Aleatório] - Ah.. Essa tal felicidade.

Existe uma frase muito edificante que diz: "Gente feliz não enche o saco.". Essa frase poderia ser um mandamento universal. Ser ensinado às crianças nas escolas e nas casas pelos pais. É uma frase tão simples, mas que ao mesmo tempo diz muito. Ou será que você não concorda?

Pegarei como exemplo o dia de hoje, 12 de Junho, Dia dos Namorados aqui no Brasil. Você pode dizer baixinho que é uma data comercial, criada apenas para se vender mais, como tantas outras aqui no país. Sim, eu concordo com você. Mas já está impregnada na sociedade, e essa data é um pouco melhor que Natal ou Páscoa. Mas pois bem, retornemos a frase supracitada. Se você possui alguma rede social percebeu como ela estava amorosa hoje. Eram fotos de casais, frases de amor, declarações de amor e por ai vai. E não foi bonito? Fale a verdade. Até o mais ogro dos ogros (tenho um amigo assim) se pegaria limpando um suor que escorreu de seus olhos. 



Isso tudo é felicidade. Entendeu agora a profundidade da frase? Hoje viu-se muito pouco sobre Boticário, Feliciano ou Malafaia, PT, Dilma ou Lula. As tragédias, em sua maioria, foram trocadas por mensagens fofas. E tudo ficou mais legal. 

Eu realmente gostaria de entender como existem pessoas que pregam a embate com o que há de diferente - ou como que ele ou ela não gosta, acho que esse é o sentido. Algumas pessoas simplesmente não querem que as outras sejam felizes. Pelo simples fato que essas pessoas felizes ficariam bem. Não encheriam o saco. Eles mesmo poderiam ser mais felizes, porque eu acho que não são, sério. Não é possível a pessoa ser feliz e azucrinar tanto a vida dos outros. Se incomodam com que a outra pessoas faz, ou com quem a outra pessoa está. Será que tão complicado assim entender? Complete a frase você, meu amigo leitor: Se a pessoa está feliz ela não..........? Pronto. É isso mesmo. 



Precisamos repassar essa frase, esse sentimento, esse mantra. Vão ser felizes, e deixem as outras pessoas felizes. Se a pessoa quer namorar o com homem, com mulher, como alien, o que você tem a ver com isso? Vá lá ser feliz também e deixe as pessoas em paz. São tantos problemas por ai e as pessoas se preocupam com quem fica como quem e como. Se a pessoa está com alguém do sexo oposto ou não e está feliz. Deixe-a feliz. Ela não vai encher o saco de ninguém, vai curtir a felicidade. E acredito que você deveria fazer o mesmo. Se a sua felicidade não é o amor, não é a paixão por outra pessoa. Procure algo que te deixa feliz e seja. Aproveite o clima do dia de hoje, toda essa energia amorosa que emana das pessoas. E não se preocupe se está só. No dia de finados ninguém sai por ai agarrado com morto. Vá ser feliz à sua maneira. 



quinta-feira, 11 de junho de 2015

[Opinião] - O trouxismo nosso de cada dia.


Como somos trouxas, realmente somos um verdadeiros imbecis. 

Quando o povo está no plenário da Câmara e se manifesta com cartazes ou aos berros eles são retirados de lá, às vezes de forma truculenta. Ontem (10/05) a bancada evangélica entra, no meio da sessão, com faixas e cartazes, aos gritos e palavras de ordem contra a Parada Gay de São Paulo, tomam conta da mesa e rezam o Pai Nosso, indo contra o tão falado e não respeitado Estado Laico. Lembro-me de uma ocasião que em uma Câmara de uma cidade de interior, uma pessoa não quis repetir o Pai Nosso quando um deputado resolveu entoá-lo. Esse cidadão foi retirado a força da câmara e preso. 


Eles podem se manifestar, vai a população.


Mas a nossa imbecilidade e trouxismo (nem sei se existe esse termo) não param por ai. A sociedade clama por mudanças. Algumas 'poucas' milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades do país exigindo mudança (não vou entrar no mérito de mudarem na urna). O governo - digo o governo todo, ok? Não apenas uma pessoa - resolve fazer algo e mexe em uma coisa aqui, outra coisinha acolá. "Olha, eles estão fazendo!" - gritam alguns. Mas sabemos que não é bem assim. Anunciam a tão esperada "Reforma Política", que termo pomposo, daria um bom livro. De comédia. Alguns pontos são colocados em votação. Claro que ainda está tudo caminhando - à passos de formiga e sem vontade - e ainda tem muito que andar, mas estão andando. 




Votam o sistema eleitoral. Fica tudo como está. Sabe como é, mudar agora... as pessoas podem se confundir, podem não gostar, vamos deixar como está. Além do mais, vamos nos prejudicar - pensam eles.


Votam a reeleição. Votam contra. Oba! Não haverá mais reeleição. Que ótimo! Mas em contra partida votam pelo aumento do mandato. What??? Agora serão cinco anos, e não mais quatro. Faz-me rir. 

Ah, e aquele projeto de fazer uma eleição geral, colocando a escolha de todos os cargos em apenas um ano de eleição não passou. Sabe como é... Eles alegam que isso pode 'afastar a população da política'. Mais??? Se afastar mais só se formos para Marte! A política hoje se tornou algo inatingível para muitos, e ininteligível para outros tantos. O fato de ter uma eleição para todos os cargos em apenas um ano é algo complicado demais? Só não sei se para nós ou para eles. É muito mais interessante ter eleições a cada dois anos, parar um mandato pela metade para concorrer a outro cargo. Quem perde somos nós. Os mandatos precisam estar em acordo, andarem lado a lado. Entra o partido A em uma cidade e tem o mesmo partido no estado. Dois anos depois, sai o A do estado e entra o B, e aquele município pode se prejudicar. O mesmo ocorre com estado/federação. 

Votam a obrigatoriedade do voto. Algo também muito solicitado pela população, visto o grande número de abstenções das urnas. Eles resolvem manter. Novamente o deixa como está. 'Podemos ser prejudicados'. Mas se o nosso sistema já não leva em consideração as abstenções, nulos e brancos, será mesmo que a não obrigatoriedade faria tanta diferença assim? 

E assim continuamos a ser obrigados a votar. Obrigados a participar de um processo de seleção que não leva muito em conta nossas escolhas, no caso dos deputados e vereadores. E ainda nos obriga a escolher algo que já não havíamos escolhido antes, no caso do segundo turno. 

Mas não há obrigatoriedade de manter cumprir as promessas de campanha. De colocar as contas à limpo. De ser integro nas convicções. De aplicar o nosso dinheiro onde é para ser aplicado e não nas próprias contas. A obrigatoriedade de manter um sistema de saúde digno, e uma segurança pública digna. A obrigatoriedade de manter a ética - apesar de achar que 99% deles não sabem o significado dessa palavra. E por ai vai. 

Olhando assim até parecem legais.

Cada dia que passa estamos mais presos. Estamos atrás de muros e grades, dentro de carros blindados, levando nossos filhos para quase dentro das classes com medo que aconteça algo no caminho. Não podemos sacar um dinheiro em um caixa eletrônico sem entrar em paranoia se a pessoa que está atrás de nós está vendo nossa movimentação. Saímos do mercado com duas sacolas e deixamos metade de um salário mínimo. Trabalhamos praticamente cinco meses para pagar toda carga tributária que cai sobre nossas cabeças. Além da carga em cima de produtos e serviços. Andar de carro virou luxo. Andar de ônibus, trem ou metrô, é questão de sorte. Ter algo mais valioso em mãos é perigo de vida. Enquanto isso, dinheiro e mais dinheiro é gasto em maracutaias, super faturamentos, verbas indenizatórias de todo tipo, setenta e cinco assessores para um deputado em uma sala de 20 metros quadrados. Funcionários fantasmas que deixaria qualquer filme de terror com inveja. E nada disso muda. Nada do que realmente poderia fazer diferença muda. 

Agora vira crime andar com uma faca.Tome muito cuidado se a senhora precisar comprar uma faca nova, se pegarem-na com ela pode ser crime. Vamos esconder a faca para levar naquele churrasco na chácara. A culpa é da faca. Ela sai sozinha por ai entrando em corpos de médicos, de pais de família, de mulheres que estão fazendo compras. A culpa sempre é da faca, já que não temos o mordomo. Estamos sobre o julgo de bancadas disso ou daquilo que querem apenas impor seu ponto de vista. Exigem respeito, mas não respeitam. Querem reconhecimento por meio da força. Querem impor algo que eles julgam ser o correto, mas eles praticam o que há de mais incorreto, o que há de mais podre e vil, condenado a cada 11 de 10 religiões. E temos que ficar quietos, pois não temos o direito de opinar, falar, de querer saber ou exigir os nossos direitos, já que deveres, esses nós temos aos montes. 


Até mais, seu abestado!