terça-feira, 17 de março de 2015

Empessegamento

Congresso Nacional. Nem sempre é tão cheio assim.
"Ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação."

Não sei se você gosta ou acompanha futebol, mas já deve ter visto alguma briga de torcedores do mesmo time na tevê. Pois é, isso acontece. E sabe o motivo? Normalmente as coisas mais imbecis possíveis. Um acha que tem que tirar um atacante e colocar um volante, outro acha que precisa tirar o lateral e colocar um atacante passando o meia pra lateral, ou até mesmo criticar um jogador que não está muito bem. Mas o outro acha que ele está ótimo. 


Sim, isso acontece. 

Mas não é só no futebol que essas situações ocorrem, em outros lugares também. No dia 15/03 tivemos as manifestações contra o atual governo federal. O Brasil parou, segundo alguns. Outros dizem que foi a maior manifestação da história. E por ai vai. Se eu fui? Não, não fui. Legal de quem foi, bacana. Mas sei lá. Não acho que seja uma obrigatoriedade, e o "lance" de liberdade de expressão? Uns podem achar que fazer tudo isso vai dar em algo, Outro podem achar que não. Mas nem por isso quer dizer que estão em lados opostos, muito pelo contrário, os dois querem a mesma coisa: um país nos trilhos. 

Sabemos o quão é complicado agradar à todos. E às vezes falamos e fazemos coisas que pode parecer que não estamos nem aí. Ou que o simples fato de usar as palavras (textos em blogs, posts e redes sociais, matérias de jornal) pode não ser uma ação suficientemente boa. Não acredito isso. Cada um usa o que tem de melhor. Ou o que acha que tem. Mas, como já citado, o intuito é o mesmo. 

Eu me lembro das manifestações em Junho de 2013. Foi muito legal, eu até me empolguei. Achei mesmo sensacional. Mas depois, com o passar do tempo o que tivemos de legado? O que realmente mudou? Praticamente nada. Temos grandes exemplos pelo mundo de país que vivem em conflitos e manifestações por conta de governos opressores, pela liberdade e outras coisas. E praticamente nada muda. A realidade é que nós não temos isso aqui. Não estamos em guerra. Não temos um governo ditatorial (apesar de muitos acharem que estamos perto). Temos problemas sérios de corrupção e má administração do dinheiro público. Saúde, educação e segurança estão em frangalhos pelo fato de milhões e milhões serem desviados. Crianças sem futuro, sem escola e sem merenda. Crianças jogadas na rua por conta de não existir um controle de natalidade, presídios super lotados que apenas dão diploma superior de bandidagem para os presos e muito mais. 


Protestos de 2013


Claro que essas manifestações mostram como estamos 'de saco cheio' de tudo isso. Mas analisando lógica e friamente. Será que algo será mesmo mudado? Eu acredito que não. Acredito que a maior mudança de todas seria na mente do povo brasileiro. Mas com nosso famoso e conhecido internacionalmente "Jeitinho Brasileiro" eu acho meio difícil. Nós somos tão iguais ou piores daqueles que estão sem Brasília. Hoje em dia honestidade vira manchete de tevê e jornais. Era para ser algo corriqueiro, mas não é, é esporádico. São alunos que não respeitam os professores e nem as autoridades. E onde eles deveriam aprender isso? Me diga. Todo ano eleitoral é a mesma coisa. Os mesmos aparecem na tevê com sorrisos pedindo seu voto, quando não são os mesmos são filhos dos mesmos ou apadrinhados dos mesmos. É uma linha sucessória eterna. E o que acontece com eles? São eleitos, ou reeleitos, dependendo do caso.


Se pedimos algo, temos que oferecer algo. Oferecer soluções. Ideias pelo menos. Não esperar que façam simplesmente. A Reforma Política teria que ser prioridade, mas quem fará essa reforma? Quem será afetado? Tudo questão de lógica. Há algum projeto ou pelo menos rascunho que possamos pleitar? Não lembro de ter visto nada parecido. Eu sempre fui a favor da Maioridade Penal (e ainda sou), mas como tempo e ouvindo amigos e colegas percebei que não é tão simples assim. Não é apenas baixar de 18 para 16 e meter todos na cadeia. A situação é bem mais complexa. Tem que ser feito. Mas não apenas fazer por fazer. 

Manifestações de 214


Será que ninguém mais pensou ou pensa dessa maneira? O que adianta sair às ruas gritando, ou batendo panelas na hora de um pronunciamento na tevê? Isso atinge o alvo? De raspão. Mas bem fraco. Quase causando cócegas. E cócegas causam risos. Eu não sou favorável a esse governo, acho sim que tem muita coisa errada. Mas também não sou favorável como nossa política é tratada. Com arrogância daqueles que detém o poder e com falta de interesse daqueles que são os maiores interessados. Temos Vereadores, Deputados Estaduais e Federais, Senadores Vice e Presidente. Mas as pessoas acham que tudo se resolve se a Presidente sair. Ali é apenas o topo do Iceberg. Pode tirar a Presidente e colocar quem quer que seja lá, se não mudar a base continuará tudo como está. Tudo como está há anos.

Cada um sabe onde aperta o calo

Muitas pessoas que estavam nas manifestações são pessoas que sabem o real motivo que estavam lá. Infelizmente uma boa fatia não tem ideia do que fala. Há que não sabe o que é ou como funciona o Impeachment, mas carrega uma faixa pedindo. Outros querem o retorno de um passado sombrio. Outros pedem ações contra a nossa Constituição. Nessas horas eu realmente fico confuso. Muito confuso. E parece que repasso essa confusão para outras pessoas pelo que falo ou escrevo. Posso não ser bem interpretado, posso não ser bem entendido. Mas eu tenho essa arma, mesmo que seu raio de destruição seja baixíssimo, ela está aqui. E vou continuar com ela seja falando sobre assuntos importantes ou assuntos totalmente irrelevantes. Eu já tive opiniões concretas como rocha, que foram destruídas por argumentos fortes. Posso manter uma opinião mas com outra roupagem. Você adora um vaso e coloca-o em cima da mesa, mas ele atrapalha a visão, você muda-o de lugar mas não se desfaz dele. É assim que caminhamos, é assim que vamos arrumando nossa casa.



Empessegamento: Impeachment = Im/Peach(pêssego em inglês)/Ment

todas imagens retiradas da internet

quinta-feira, 12 de março de 2015

Precisamos falar sobre filhos.

Imagine as cenas. 

1 - Você jantando com seus familiares e vem a pergunta: "E as(os) namoradas(os)?";

2 - Você e seu(sua) namorado(a) jantando na casa dos familiares e vem a pergunta: "E aí, quando sai o casamento?";

3 - Você e seu(sua) esposa(o), recém casados, na casa de familiares ou amigos e vem a pergunta: "E aí, quando vem o bebê?" ou se já tem um perguntam: "Quando vem o próximo?";

Eu não sei se existe uma convenção universal onde foi colocado que essas perguntas são obrigatórias ou é o fato das pessoas darem palpites na vida dos outros mesmo. Repare que é sempre assim, onde quer que esteja, essas perguntas são feitas. 

Mas vou dar ênfase a terceira cena. Quem nunca passou por isso?
Hã? Depois podem responder. Eu duvido que ninguém tenha passado por isso. Parece ser um "rito de passagem" ou algo assim, um batismo, sei lá... Qualquer coisa. 

Eu estava reparando esses dias, lendo alguns textos, vendo alguns programas de tevê e notei que parece que a mulher, ou o casal, não pode escolher não ter filhos. Quando essa pergunta é feita e a resposta é "Não" um silêncio toma conta do ambiente, os olhos arregalam-se, a garganta fica seca e o pigarro toma conta, tosses sem graça são emitidas e o tópico do assunto é mudado. Na hora. 

Eu fico me perguntando qual a razão disso. 

Será que um casal não tem a liberdade de não ter filhos. Acredito ser muito melhor do que sair por ai fazendo filhos à torto e direito, como se não houvesse amanhã e depois deixá-los de lado. 

Existem pessoas que não deveriam ter filhos. Deveria receber uma carta, sms ou email do universo dizendo: 


"Caro(a). 

Segundo nossas pesquisas você não deve ter filhos. 

Obrigado, Universo."


Pronto. Resolveria tanta coisa. Em contra partidas há pessoas que devem e podem ter. Mas calma. Nada de excesso. Tudo que é demais faz mal, lembra?

Eu já vi e ouvi tanta coisa por ai. Desde bailes de carnaval com resultados em Novembro, passando for farras em faculdades, e até mesmo chegando a mulheres inseguras que fazem filhos para segurar o companheiro. Quantos casos não vemos por ai de crianças que são abandonadas em caixas de sapato, sacolas de mercado, jogaras em rios e lagos, deixadas em vasos sanitários ou lixos de locais diversos?  E para onde elas vão depois? Sem contar as que tem seus filhos normalmente e depois os deixam como se fosse algo, um objeto. Não dão nenhum tipo de suporte, nenhum tipo de futuro. Citei agora as mulheres por serem elas que engravidam. Mas e os homens? Quantos não abandonam a mulher quando descobre que ela está grávida ou até mesmo depois que ela dá a luz e percebe que "esse mundo não é para mim". E depois disso some. Muitos sabem que tem filhos por ai, mas nunca, jamais, tiveram a curiosidade de saber como eles estão ou se estão bem. Isso sem mencionar os casos de abortos - que sabemos que são vários - em clínicas clandestinas que são assunto de saúde pública, mas isso fica para quem sabe um outro texto.

Quantas e quantas crianças são jogadas nas ruas, são deixadas na sarjeta ou viram bandidos pelo simples fato de não terem pais ao seu lado. Eles podem estar próximos, mas isso não basta. Quantos problemas poderiam ser evitados se as pessoas tivessem plena consciência do que estão fazendo?

Essas coisas não ensinam nas escolas, ninguém ensina. Por mais que alguns pais possam falar, conversar e explicar, muitos acham balela. Conversa mole. Mas depois que acontece se arrependem amargamente. 

No caso de um casal não há problema algum em eles decidirem que não querem ter filhos. Eles podem ter outras prioridades. Eles podem ter uma vida profissional muito conturbada e por isso acharem melhor não ter filhos porque sabem que não vão estar sempre disponível para eles. É uma sábia decisão. Ou pelo fato de terem outros objetivos. Querer comprar uma casa. Se estabelecer economicamente. Viajar. Conhecer outras partes do mundo e curtir. Ou até mesmo por não terem paciência com crianças. Já vi pessoas assim. E não há problema algum nisso. Cada um tem seus gostos. E muito melhor dizer que não quer ter filhos por não gostar de criança, não ter paciência, do que ter por pressões externas e dar tudo errado. 

Por esses motivos e outros as pessoas precisam sim pensar muito e conversar sobre filhos. E não cabe a nós em nenhum momento ficar querendo saber mais detalhes, julgar ou pressionar para que eles façam ao contrário. Não seremos nós que cuidaremos das crianças, serão eles. Então se algum dia alguém disser que simplesmente "optamos e não ter filhos", diga "que legal que foi uma decisão mútua"

Pronto, fim de papo e vamos mudar o tópico.