segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Limão



Recostar-me num balcão de bar
Em qualquer lugar
Pedir um conhaque
-e limão espremido à parte
E começar a contar,
Para quem quisesse escutar,
Sobre meus fracassos, derrotas e ilusões
Sonhos, delírios e pretensões
Sentimentos confusos e às avessas
Apenas contar; dizer; desabafar sem pressa.
Pedir outro conhaque - e mais limão
Para lembrara a acidez da vida
O conhaque, para que fugir da realidade
Para, assim, ter ou criar coragem falar sobre adversidade
Sem que julguem-me, condenem-me ou olhem-me com olhares tortos
E, ao final de alguns conhaques, limões e pensamentos absortos
Levantar-me, pagar a conta, agradecer e ouvir, ao fundo, um singelo
"Vá em paz, irmão fraterno".

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