sábado, 13 de fevereiro de 2016

Eu vou é cuidar da minha vida...

Ao lado do condomínio onde moro há um terreno, e sempre quando chove desce uma lama desse terreno e fica acumulada na sarjeta e impede a água de escoar formando uma grande poça. Essa poça fica lá por dias, demora para secar. E quando chove começa tudo novamente. Tem chovido muito aqui em Jundiaí (muito mesmo) ultimamente e ficou uma grande poça nesse local.

Com essa festa que o Aedes está fazendo, não dá para vacilar com água parada, certo? Então, eu tirei uma foto do local e postei no grupo do condomínio perguntando se era nossa responsabilidade ou se teria que acionar a prefeitura. Algumas pessoas disseram para acionar direto a prefeitura, e outras disseram que o condomínio não tem obrigação, que não cuida nem do que é para cuidar, que não demos administração, que a prefeitura demoraria muito, isso se viesse, que o país está horrível (só faltaram falar que era culta da Dilma) e etc. Claro que o foco não era esse, mas parece que as pessoas estão pré dispostas a discutir, sempre aparecem armadas, mesmo que sejam armas falsas. Nesse momento eu comecei a pensar na besteria que eu fiz. Poderia ter ficado quieto na minha. Não ter falado nadas, ter acionado a prefeitura direto e pronto. Mas não. Lá fui eu tentar salvar o mundo novamente…

Pois bem, foi comentado que seria bacana se montássemos um mutirão para não deixar daquele jeito até que a prefeitura fazer algo. Alguns acharam bacana e só. Como eu não tenho esse tipo de ferramenta, peguei emprestado uma enxada e fui para lá. Quando cheguei, vi que era pior do que eu pensava, havia muita lama, e sozinho eu não ia conseguir limpar aquilo. Comecei a fazer um caminho para a água poder escoar, e como não tenho habilidade alguma com enxada já é previsível que não foi sensacional. Para ajudar pisei em um buraco e levei um belo de um rola, foram 128kg caindo como uma pluma. Sensacional. Como estava sol, e comecei a suar mais que cavalo de cigano em dia festa, a minha pressão resolveu dar as caras, como ela sempre está lá em cima, percebi que ela queria chegar a níveis estratosféricos e resolvi dar uma parada. Consegui fazer um pouco, mas muito aquém do que eu havia imaginado.

Mas como essas experiências nos deixam mais experientes eu aprendi algumas coisas.
Eu preciso parar de querer que as coisas sejam certinhas, não são. Parar que mostrar que alguma coisa está errada. Cuidar apenas da minha vida e deixar o resto para lá, desde que não tenha influência sobre mim ou minha família. Se eu constatar algo errado, entrar em contato com os órgãos competentes. Se eles não resolverem, vou ler um livro. Pensar muito, mas muito antes de escrever algo, ou dizer algo que possa servir como pavio para discussões imbecis e sem sentido. Continuar com a minha antissocialidade. Sempre me questionam sobre isso e agora sim vou dizer em alto e bom tom que prefiro meus livros, quadrinhos, Xbox e outras coisas que me faça ter menos contato possível com as pessoas. É incrível o nível que estamos alcançando, é melhor discutir por coisas idiotas do que tentar uma solução para um problema que pode custar nossa saúde ou até mesmo a vida. Em suma, eu preciso largar a mão de ser trouxa.
Agora aqui estou eu, com o tornozelo doendo e o orgulho ferido.


É isso.

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